segunda-feira, 28 de maio de 2012

Exorcismo, Possessão, Orientações.



O que nunca se deve fazer

Seja qual for o fenômeno que sofra ou ache estar sofrendo, o que jamais, em nenhuma hipótese, se deve fazer é ir a um feiticeiro para acabar com qualquer destes fenômenos (seja possessão, mau-olhado, etc, etc). E quando digo feiticeiro me refiro também a videntes, astrólogos, curandeiros, benzedeiras, bruchos, macumbeiros, pai de santos etc. Somente se deve ir a sacerdotes ou a grupos de oração da renovação carismática. Ir a um macumbeiro ou outros da mesma profissão não só não solucionará nada, senão que pode pôr uma influência maligna onde não existia.
Não se deve fiar dos macumbeiros porque têm em sua casa imagens de Nossa Senhora ou de Jesus. Jamais por esse caminho virá a solução, senão que piorará o seu problema. Todo poder nesta matéria foi entregue aos Apóstolos e quem busca a solução por um caminho desviado comprovará que este mundo de poderes invisíveis é real. E que nunca deveria ter entrado nele para experimentar por sua própria conta.
A possessão

Antes de mais nada é preciso dizer que, no caso de que uma pessoa ache que está possessa, o que deve fazer é pôr-se em contato com o bispado da sua diocese; pode fazê-lo por telefone. Ali lhe marcarão uma consulta com o sacerdote especialista neste tipo de casos. Se na diocese não houver ninguém especializado nesta matéria, lhe indicarão qual é a diocese mais próxima que conta com algum perito nesta especialidade.

Entre os sinais de possessão podemos dizer que estão os seguintes: entrar em transe com os olhos em branco, aversão repentina e irracional (por sua intensidade) a todas as coisas sagradas: crucifixos, missa, etc. Embora estes sinais não se dêm em todos os possessos, o que se dá sempre é a perda da consciência enquanto emerge uma segunda personalidade maligna. Se tudo isso acontece depois de ter realizado algum ato esotérico, então há razão suficiente para ir ter com o sacerdote encarregado de discernir estes casos. 

Apêndice para sacerdotes 
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A resposta acima dada é de caráter pastoral e resumido, pois não se pode pretender abordar totalmente um tema tão complexo como é o da possessão diabólica. O tema é tratado com mais profundidade no resto dos apartados desta web. A resposta acima pretende oferecer uma idéia geral àquele que faz uma pergunta sobre o assunto. Mas se há um fenômeno complexo é o da possessão. Por isso não convém que o sacerdote faça um discernimento por sua conta, senão que encaminhe os supostos casos a um especialista. 
Apesar do que foi dito acima, pensar que só exista possessão quando a água benta queima, ou a pessoa não pode entrar numa igreja ou se fala línguas desconhecidas, é um erro. O mais característico da possessão é que depois de participar num rito esotérico a pessoa sofra transes nos quais emerge uma segunda personalidade maligna. 

São muitos os sacerdotes que pensam que a possessão é só aquilo que aparece nalguns filmes, e ainda que seja verdade que existam casos espetaculares, o normal é que a possessão não mostre mais sinais que os que aparecem descritos na maior parte dos casos dos quais fala o Evangelho.  


A infestação de uma casa



A infestação é o fenômeno pelo qual um demônio possui um lugar. A infestação da casa pode ocorrer quando nela se praticou de forma contínua espiritismo, ritos satânicos, macumba ou qualquer outra forma de esoterismo.

O demônio, ao possuir um lugar, pode mover coisas à vontade ou provocar barulhos ou odores. São os famosos casos conhecidos como poltergeist. Esses fenômenos não estão produzidos por forças desconhecidas, senão pelo demônio. E isso se prova porque com a oração todos os casos de poltergeist desaparecem.


É preciso sempre tranqüilizar aos moradores da casa dizendo-lhes que a infestação nunca provoca a possessão de nenhuma das pessoas que vivem nesse lugar.

Nestes casos o sacerdote pode orar uma vez na casa e depois animar a família a que cada dia se reúna para orar todos juntos. Podem rezar o terço, ler a Bíblia juntos, benzer os quartos uma vez ao dia com água benta, reunir-se diante de uma imagem sagrada e suplicar a sua proteção, etc. 

Nos casos de infestação, as familias pedem que o sacerdote faça tudo, mas o sacerdote deve fazer que as pessoas desta casa entendam que eles mesmos podem fazer o que estão pedindo. A oração unida de uma família pode perfeitamente quebrantar o poder do demônio sobre esse lugar, se perseveram orando juntos durante semanas ou meses. Se depois desse tempo os fenômenos persistem, então têm que falar com o sacerdote. 

Apêndice para sacerdotes
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O sacerdote não deve acreditar facilmente nos testemunhos acerca do que acontece numa casa, salvo que haja depoimentos concordes de ao menos duas testemunhas. Quando um possesso vem encontrar-se com o sacerdote se pode orar e comprovar a manifestação do demônio, mas no caso da infestação não ocorre nada quando o sacerdote ora nesse lugar infestado. Portanto, em tudo depende do que lhe disserem. Por isso não há forma alguma de ter certeza se há uma verdadeira infestação ou tudo é sugestão. A única forma de alcançar alguma segurança é que haja várias testemunhas coincidentes acerca dos fatos extraordinários que se referem.
Só nos casos nos quais os fenômenos sejam verdadeiramente graves e a família já tenha orado durante várias semanas, o sacerdote poderia pedir permissão ao bispo para ir à casa e usar o rito que vem no Apêndice I do Ritual de Exorcismos.
Geralmente, quase todos os casos costumam ser de auto-sugestão. Porém dizer quase todos não é a mesma coisa que dizer todos. Pois de outra maneira a Igreja no seu Ritual de Exorcismos não teria incluído seu Apéndice II. 
O malefício, feitiço, mau-olhado


Muita gente se pergunta se tem efetividade o malefício, isto é, aquilo que se faz para prejudicar a alguém com a intervenção do demônio. Alguns inadequadamente o chama de mau-olhado mas não tem nada a ver com a vista nem com o olho.

Primeiramente é preciso ressaltar que quem faz um malefício, como quem manda fazê-lo, serão os primeiros prejudicados pelo demônio. Sem dúvida serão prejudicados ou com algum tipo de influência demoníaca ou com a possessão ou com doenças. Nunca se invoca o demônio em vão. 

Depois as pessoas se perguntam se existe remédio contra o que se fez. Isso depende da vontade de Deus. Logo, disto se afirma a mesma coisa que de um acidente, enfermidade ou desgraça. Deus permite que na nossa existência sobre a terra haja bens e males, porque a vida é uma prova antes do Juízo. Claro que a pessoa que ora e vive em graça de Deus está protegida por Ele. Quanto mais se ora e se vive uma vida espiritual se está mais protegido.

Como se pode saber se alguém é vítima de um malefício? Não existe maneira possível, já que a ação do demônio é invisível. Só é seguro quando se produz uma possessão ou uma influência demoníaca na pessoa cujos sinais são visíveis para o exorcista. Também é possível saber que um mal é fruto de um malefício quando esse vem acompanhado de acontecimementos preternaturais malignos. Mas salvo que apareçam coisas externas que delatem uma causa demoníaca, nunca se poderá saber se algo vem de causas naturais ou não.

O que fazer se você suspeita que alguém lhe fez um malefício? Como já foi dito, quase sempre não é possível chegar à certeza nesta matéria nem sequer para o especialista, muito menos para uma pessoa particular sem grandes conhecimentos sobre o tema. Mas se um malefício foi praticado, a única maneira de destruí-lo é fazer justo o contrário: invocar a Deus.

Por conseguinte, se uma pessoa invocou o demônio para fazer o mal, se trata de que a vítima invoque a Deus para que lhe proteja, lhe ajude e lhe abençoe. O bem sempre é mais forte que o mal. 

Digo para as pessoas que vêm à minha paróquia dizendo que sofrem um maleficio que, salvo exceções, é impossível comprovar a causalidade demoníaca, mas que se sofrem realmente de um maleficio o único remédio é que façam cada dia o seguinte:

-rezar um mistério do terço
-ler cinco minutos o Evangelho
-falar com Deus durante uns instantes
-ir à missa (dominical ou com mais freqüência)
-colocar na casa um cruficixo abençoado
-colocar uma imagem abençoada da Virgem Maria
-Persignar-se com água benta uma vez por dia

Fazendo estas coisas o mal que sofrem se é do demônio irá desaparecendo. Mas se não somem de nenhuma maneira, isso seria sinal de que não estava provocado por um malefício.
Apêndice para os sacerdotes
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A efetividade de um malefício pode produzir desconfianças em muitos sacerdotes. No entanto, a completa e universal unanimidade de todos os exorcistas é que existem malefícios que por permissão de Deus produziram um mal. Nos exorcismos isto foi comprovado várias vezes em todas as partes e em todos os séculos. Quando o malefício foi acompanhado de uma possessão, nalgumas ocasiões o demônio diz o lugar onde estava (enterrado ou escondido) o objeto que tinha produzido a possessão ou a enfermidade. O objeto maléfico pode ser um sapo dentro de uma garrafa, cabelos numa boneca de cera, etc. A matéria do objeto é o de menos, o interessante é observar que existe uma conexão entre a causa e o efeito, entre o ato de invocar os demônios e o prejuizo que se produz. 

Eu mesmo, que escrevo estas linhas, fui muito desconfiado acerca desta matéria do maleficio. Mas a experiência de muitos anos fez com que eu me rendesse diante da realidade. Às vezes as próprias teorias de como deveria ser o mundo, devem reconhecer que o mundo é como é.

Mas bem, toda causa segunda só produz um mal se Deus permite. Se algo não entra nos planos de Deus não acontece, simplesmente. Assim sendo a ação extraordinária do demônio só é um elemento mais da permissão do mal neste mundo.

Porém, como saber se um fiel que diz que padece um influxo do demônio tem razão ou é mera sugestão? Não há maneira possível. A ação do demônio é invisível. A única coisa que pode fazer o sacerdote é abençoá-lo durante alguns minutos (e inclusive recitar uma breve fórmula exorcística em latim sem que se dê conta o interessado) para ver se há alguma reação.  

Se houver alguma reação extranha, será necessário enviá-lo ao sacerdote especialista nestes casos. As influências do demônio produzem uma série de reações típicas que o perito saberá discernir. Para estes casos nos quais não há possessão, mas sim uma influência preternatural do demônio, estão as orações do Apéndice II do Ritual de exorcismos.
As influências demoníacas



Primeiramente é preciso dizer que assim como na possessão é possível chegar à completa segurança ou ao menos a uma certeza moral de que uma pessoa está sofrendo esse fenômeno -a possessão-, não ocorre a mesma coisa com as influências demoníacas que algumas pessoas sofrem. No caso das influências tudo é mais dissipado, mais difuso e na maior parte dos casos de impossível comprovação. Digo na maior parte dos casos, porque noutros a conexão causal entre o demônio e alguns sofrimentos estão mais que demonstrados.

É certo que houve casos em que determinadas visões, pesadelos diários, problemas aparentemente psicológicos e outras coisas provaram ter uma conexão direta com a ação do demônio. 

Mas ainda que haja casos nos quais esta conexão é indubitável e direta, no entanto, na maior parte dos casos é preciso levar em conta que quase nunca é possível chegar a saber com certeza se estas coisas provêm do demônio ou são naturais. 

Certamente houve pessoas nas quais a ciência médica, depois de anos ou meses, não achou a solução para um problema aparentemente físico ou psicológico, e no entanto a oração de libertação deu solução ao problema.


As pessoas que padecem uma influência demoníaca encontrarão a solução na oração de libertação. A oração de libertação é a que um grupo de cristãos recita para que uma pessoa fique libertada das influências malignas que tenha. São freqüentes este tipo de orações (a oração de libertação) nos grupos da Renovação Carismática. Mas na realidade qualquer grupo de oração pode orar por um irmão para que seja libertado das ataduras que sobre ele tenha o demônio.

Se no momento não encontrar nenhum grupo que faça a oração de libertação pode rezar a oração que aparece abaixo.
Se, rezando a oração que aparece abaixo, se encontrasse cada vez melhor e esta melhoria tivesse um caráter duradouro, então seria um sinal de que aquilo tinha uma causa que ia além da natureza. 

Uma pessoa que ache que está sofrendo em seu corpo ou em sua mente uma influência do demônio que sobrepassa o natural pode rezar cada dia esta oração:


Senhor, Deus todo-poderoso, misericordioso e onipotente,
Pai, Filho e Espírito Santo,
expulsai de mim toda influência dos espíritos malignos.
Pai, em nome de Cristo vos peço que derrubeis toda corrente
Nas quais os demônios me tenham atado.
Derramai sobre mim o preciosíssimo sangue de vosso Filho.
Que seu sangue imaculado e redentor rompa
toda atadura sobre meu corpo e minha mente.
Tudo isso vos peço por intercessão da Santíssima Virgem Maria.
São Miguel arcanjo, intercedei, vinde em meu socorro.
Em nome de Jesus ordeno a todo demônio que possa ter alguma influência sobre mim,
que saia para sempre.
Por vossa flagelação, por vossa coroa de espinhos, por vossa cruz, por vosso sangue, por vossa ressurreição, ordeno a todo espírito maligno que saia.
Pelo Deus verdadeiro,
pelo Deus santo,
pelo Deus que tudo pode,
te ordeno, demônio imundo, que saias em nome de Jesus, meu Salvador e Senhor. 
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Esta oração deve ser repetida cada dia, uma ou mais vezes. Mais que o número de vezes que se reze o que vale é o fervor e a fé com que se recita. Para isso é preciso concentrar-se na oração e pedir humildemente a Deus e ordenar ao demônio que saia. Nesta oração a Deus, se deve pedir com humildade e amor, ao demônio se ordena, sem ira, só com fé.

Claro que esta oração deve ir acompanhada de uma converão na vida da pessoa. Quer dizer, de nada vale pedir que se arranque de nós uma influência do demônio se seguimos vivendo em pecado mortal.  

A pessoa que quer romper com o demônio deve confessar-se, ir à missa aos domingos e cumprir os dez Mandamentos. E quanto mais oração faça (terços, meditação da Bíblia, etc) mais irá desatando essa influência do demônio sobre si mesma.

Os fantasmas



Foi uma experiência universal de todos os exorcistas que se dedicaram a esta matéria, observar que uma vez que se distingue bem entre possessão e infestação, aparece de vez e quando um terceiro fenômeno diferente dos outros dois: os fantasmas. Os fantasmas são aparições de pessoas que estão no purgatório. As características destas aparições são sempre as mesmas e bem diferentes da infestação:

-a alma se aparece com forma humana
-não diz nada
-apresenta-se com aspecto ameaçador e terrorífico 

Nunca move objetos, nem faz barulho. Quando aparece fica olhando, com cara de poucos amigos, e depois desaparece. Sabemos que não é um demônio porque, além de que o fenômeno nunca passa disso, desaparece se se manda rezar missas e orações por sua alma. Essas aparições são um modo de chamar a atenção para que rezemos por ela. 
O demônio pode provocar má sorte?


Mesmo que você esteja completamente convicto de que o demônio ou forças ocultas estão provocando contínuas desgraças em sua vida, há de saber que o mal que lhe sucedeu forma parte da prova que é a vida. Somos peregrinos neste mundo e todo mal que nos sucede forma parte desta prova. 

Apêndice para os sacerdotes
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Esta é uma das consultas que com mais freqüência fazem aos sacerdotes as pessoas que em algum momento de sua vida acha que sofre os efeitos de algum tipo de magia. A primeira coisa que teria que responder é que desde uma perspectiva cristã falar de boa ou má sorte é um modo superficial de considerar as coisas. Digo superficial, ainda que teria que precisar que, ainda que como modus loquendi é admissível, teologicamente é incorreto. O que externamente aparece como má sorte deverá ser considerado como uma prova. O que externamente aparece como boa sorte deverá ser considerado como bênção. 

Nesse sentido Deus permite o mal através de todo tipo de causas segundas, entre as quais está o demônio incluído. Então, como saber se o demônio está involucrado numa irupção de acontecimentos que sucedem na nossa vida? Não existe maneira possível, posto que se trata de uma causa que, mesmo real, é invisível. Só quando os acontecimentos são completamente inexplicáveis, quer seja pelo modo em que sucederam, quer seja porque não é razoável, de maneira alguma tal concatenação de acontecimentos, seria admissível pensar que exista detrás uma causalidade demoníaca.

Deste modo o sacerdote deve responder que não há forma alguma de saber se detrás destes acontecimentos que foram referidos, está ou não o demônio. Mas sim que a influência do demônio está detrás destes acontecimentos. A oração é o modo de contrarrestar essa influência. A oração, é necessário dizer, é o que atrairá a bênção divina e afastará esse ser maligno. Em seguida as pessoas perguntam quanto precisam fazer de oração, quais e de que modo. A resposta que dou é essa: quanto mais oração faça mais atrairá a bênção divina sobre você e os seus.  

As pessoas procuram modos complicados, quase mágicos, de voltar à paz. É preciso explicar-lhes que Deus é um Deus de simplicidade.  

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