segunda-feira, 23 de junho de 2014

OS SEIS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO


CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X - Extraído do Blog Apologetica da Fé Católica

TODO O QUE TIVER FALADO CONTRA O FILHO DO HOMEM SERÁ PERDOADO. SE, PORÉM, FALAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO, NÃO ALCANÇARÁ PERDÃO NEM NESTE SÉCULO NEM NO SÉCULO VINDOURO. (MT. 12,32).

QUANTO PIOR CASTIGO JULGAIS QUE MERECE QUEM CALCAR AOS PÉS O FILHO DE DEUS, PROFANAR O SANGUE DA ALIANÇA, EM QUE FOI SANTIFICADO, E ULTRAJAR O ESPÍRITO SANTO, AUTOR DA GRAÇA! (HB. 10,29)

Como Deus poderá perdoar alguém que não quer ser perdoado? Ora, a blasfêmia contra o espírito santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a redenção. O homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida”(10).  Santo Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados. Blasfemar contra o espírito santo é desprezar as inúmeras evidências bíblicas sobre sua obra e natureza. É se agarrar a conceitos preestabelecidos desprezando a luz que emana do espírito santo de Deus. A bíblia é clara sobre o pecado imperdoável: blasfemar contra o espírito santo é desprezar as abundantes evidências que temos à nossa disposição. Só blasfema contra o espírito santo quem resiste contra o poder de Deus revelado em suas palavras e obras e os atribui ao inimigo. Deus não leva em conta os tempos de ignorância (atos 17:30), mas exige um posicionamento firme daqueles que recebem a luz. “a condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as obras deles eram más.” - João 3:19. O pontificado do papa são pio x de 1903 a 1914 - em seu catecismo maior, ensinou que são seis os pecados contra o espírito santo: o pecado contra o espírito santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do espírito santo.   
1º - desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.  
2º - presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso juiz eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do juízo. O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos. Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus. A igreja católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do juízo.  
3º - negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da santa igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges. Considera o seu entendimento pessoal superior ao da igreja e ao ensinamento do espírito santo que auxilia o sagrado magistério.  
4º - inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro Conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a lei do amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça 
5º - a obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a salvação. 
6º - a impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus : o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao adversário de cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do espírito santo definitivamente.  Deus não condena ninguém. Ao contrário, “Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem a se converter”(11). No entanto, Deus não criou os seres humanos como irracionais, mas os criou à sua ‘imagem e semelhança”, que quer dizer: nos deu inteligência, para separar o bem do mal; liberdade, para escolher o bem ou o mal; e vontade, para vivenciar o bem ou o mal. A escolha é nossa, é de cada um. Assim, vivemos a nossa vida direcionados pelos três pilares da imagem e semelhança de Deus: inteligência, liberdade e vontade, para que assim decidamos o que queremos trilhar. No fim da vida terrena, a morte confirmará a nossa decisão, dando-nos aquilo que escolhemos. Por isso, a conclusão torna-se óbvia: só está no inferno aqueles que realmente querem estar lá, aqueles que não querem a presença de Deus que ilumina suas imundícies. Por outro lado, Deus, que “não quer que ninguém se perca”, continua a amar sua criatura, mesmo esta preferindo estar longe. Como já disse, o amor de Deus não impõe condições, assim, onde quer que a criatura esteja, Deus a amará sempre, embora respeitando aquilo que a faz ser uma pessoa: sua inteligência, sua liberdade e sua vontade. Em suma: o pecado contra o espírito santo consiste na rejeição consciente da graça de Deus; é a recusa da salvação que, consequentemente, impede Deus de agir, pois ele está à porta e bate(12), e a abre quem quiser. A persistência neste pecado, que é contra o espírito santo, pois este tem a missão de mostrar a verdade, levará o pecador para longe de Deus, para onde ele escolheu estar. Apesar disso, o senhor continuará a amá-lo com o mesmo amor de pai que tem para com todos, porém respeitando a decisão de seu filho que é inteligente e livre.“ a igreja implora que o perigoso pecado contra o espírito santo ceda o lugar a uma santa disponibilidade para aceitar a missão do consolador, quando ele vier para «convencer o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo”.

 João paulo II , artigo extraído do documento dominum et vivificantem - 16/03/2007

terça-feira, 29 de abril de 2014

Últimos achados astrofísicos afinam com narração bíblica da Criação

Original extraído do blog:Ciência confirma a Igreja


Clem Pryke, Jamie Bock, Chao-Lin Kuo e John Kovacem conferência de imprensa  no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics in Cambridge, Massachussets
Clem Pryke, Jamie Bock, Chao-Lin Kuo e John Kovac em conferência de imprensa
no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics in Cambridge, Massachussets

Anunciada nos EUA uma descoberta que é um marco para a astrofísica

Liderados pelo astrônomo John M. Kovac, pesquisadores do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, da Universidade de Minnesota, do California Institute of Technology, da Universidade de Stanford e do Jet Propulsion Laboratory da NASA anunciaram a descoberta da “primeira evidência direta” daquilo que os cientistas chamam de “inflação cósmica”.

A expressão indica a teoria segundo a qual, no segundo imediato ao “Big Bang”, o universo expandiu-se a uma velocidade inimaginável. O “Big Bang” (ou “grande explosão”) é a teoria que prevalece na ciência a respeito da origem do mundo, embora com muitas variantes segundo os diversos postuladores.

O novo trabalho também forneceria a primeira demonstração da existência das ondas gravitacionais, ondulações do espaço-tempo, previstas por Albert Einstein, mas nunca detectadas.

Os pesquisadores trabalham no Observatório BICEP2 (Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarisation), um radiotelescópio instalado no Polo Sul
South Pole Telescope, Amundsen-Scott South Pole Station
South Pole Telescope, Amundsen-Scott South Pole Station
A descoberta “nos fornece uma janela sobre o universo em seu comecinho”, explicou o físico teórico Lawrence Krauss, da Universidade Estadual de Arizona State University, que não está engajado no trabalho.

Para Krauss, os achados constituem o maior passo da astrofísica nos últimos 25 anos, pois constituiria um dos maiores avanços na compreensão da formação inicial do universo, comentou o “Times of Israel”.

Os pesquisadores expuseram sua descoberta em conferência de imprensa no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics de Cambridge, Massachusetts, informou “The Jerusalem Post”.

“Este é o ‘smoking gun’ da inflação cósmica” – comentou Marc Kamionkowski, físico teórico da Universidade Johns Hopkins.
Para cientista não-católico a descoberta confirma a Criação

A descoberta, entretanto, não teve repercussão só na ciência.

O professor Nathan Aviezer, da Universidade Bar Ilan, de Israel, e autor do livro In the Beginning (No começo), explicou que a descoberta vem em apoio do primeiro versículo do Gênesis, escreveu o “The Jerusalem Post”.

Segundo o Prof. Aviezer, a teoria do Big Bang defende que o universo no primeiro instante teve a aparência de uma enorme bola de luz, resultado da Grande Explosão (o Big Bang).

Segundo o Prof. Aviezer, esta teoria cientifica, acrescida das novas descobertas, se encaixa perfeitamente com o Gênesis, que ensina: “Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz foi feita” (Gen 1:3).

Prof. Nathan Aviezer reage à descoberta:
isso é o que está no Gênesis
Por sua vez, o escritor e colaborador do “Jerusalem Post”, Izzy Greenberg, comentou o fato incontroverso: “Quando nós perguntamos como é que o mundo foi criado, podemos concluir que houve um ‘Big Bang’ e, portanto, um ‘Big Banger’ [Deus], pois a ciência não pode dizer o que é que causou o início, por que aconteceu e quando aconteceu”.

A Bíblia não é um livro científico, da mesma maneira que os livros científicos não são textos bíblicos ou dogmáticos. Misturar uma coisa com outra é um desserviço. Mas compreender as concordâncias entre um campo e outro é um fator de progresso.

Segundo o Prof. Joseph Silk, da Universidade da Califórnia e autor de recente livro sobre cosmologia moderna, “o Big Bang é a versão moderna da Criação do universo”, escreveu “The Times of Israel”.

No livro In the Beginning, o Prof. Aviezer cita até o Prêmio Nobel Paul Dirac, da Universidade de Cambridge: “Dirac diz muito claramente que a teoria do Big Bang implica em que ‘é certo que o universo começou num momento definido por um ato de Criação’, e Dirac é um grande ateu”.

Agora não é preciso recorrer à Bíblia para defender a Criação por Deus, disse o Prof. Aviezer. “É um exemplo da divina ironia que levou os cientistas ateus como Dirac e todos os outros a considerarem a verdade do Pentateuco. No momento atual, nós podemos dizer que a Criação é um fato científico”.

O Prof. Aviezer reconhece entrementes que não é finalidade da ciência provar empiricamente a existência de Deus, mas que ele quer apontar como as descobertas científicas concordam com o texto bíblico.
Teólogo medieval antecipou teoria cosmológica atual

Porém, os cientistas que gostam de chamar a Idade Média de “era da escuridão”, de “noite medieval” e de outras denominações pouco elogiosas, levaram mais uma surpresa.

O físico Tom McLeish e seus colegas da Universidade de Durham, no Reino Unido, desenvolveram equações a partir do tratado De Luce – Sobre a Luz – escrito pelo teólogo medieval e bispo de Lincoln, D. Roberto Grosseteste (1168 - 1253).
Dom Roberto Grosseteste se antecipou às teorias astrofísicas modernas sobre a origem do Universo
E chegaram à conclusão de que a teoria do Big Bang, uma das principais teorias cosmológicas da atualidade, foi elaborada primevamente por esse mestre medieval. E mais, ela está inspirando os cientistas atuais a melhorarem suas próprias teorias.

A publicação especializada “The New Scientist” dedicou artigos ao mestre medieval, entre os quais “Medieval multiverse heralded modern cosmic conundrums” , vertido ao português por “Inovação Tecnológica”.

O primeiro a retomar a teoria da expansão do universo no século XX foi o sacerdote, físico e astrônomo belga Mons. Georges Lemaître, (1894–1966) professor de Física na Universidade católica de Louvain.

Quando os físicos da Universidade de Durham traduziram do latim o tratado do grande bispo de Lincoln do século XIII, e transformaram suas afirmações em equações matemáticas, descobriram que o teólogo previu a avançada ideia dos multiversos em 1225.

“Nós tentamos traduzir matematicamente o que ele disse em palavras em latim,” disse McLeish. “Então você tem um conjunto de equações que podem ser inseridas no computador e resolvidas. Estamos explorando matematicamente um novo tipo de universo, que é o que os teóricos das cordas fazem o tempo todo. Apenas estamos sendo teóricos das cordas medievais.”

D. Roberto foi apelidado de Grosseteste pela sua extraordinária capacidade intelectual (Grosse = grande + teste = cabeça). Foi doutor da Escolástica – a mesma escola de Santo Tomás de Aquino e dos grandes mestres medievais – e fundador da escola Franciscana de Oxford.

Ele estudou as obras de Aristóteles, que explicam o movimento das estrelas incorporando a Terra numa série de nove esferas celestes concêntricas.

As coincidências das conclusões de D. Roberto Grosseteste com a teoria cosmológica contemporânea são estarrecedoras, escreveu “The New Scientist”. 
"Imagem do universo", Gautier de Metz, ano 1246
No tratado Sobre a Luz, Grosseteste propôs que o universo concêntrico começou com um flash de luz emitido a partir de um ponto minúsculo, formando uma grande esfera. Isto é o que os cientistas hoje estão tentando demostrar empiricamente.

E as similaridades continuam: Grosseteste propõe que a luz e a matéria são intimamente relacionadas – essencialmente acopladas.

Quando o pulso inicial de luz-matéria em expansão alcançou uma densidade mínima, o universo entrou no que ele chamou de um estado perfeito e parou de se expandir. Esta esfera perfeita emitiu então uma forma diferente de luz que ele chamou de lumen, a qual se propagou para dentro varrendo a matéria “imperfeita”, comprimindo-a como um floco de algodão.

A região menos densa de luz-matéria que restou pode então chegar ao seu estado perfeito e cristalizar-se em uma nova esfera embutida na primeira, que emitiria então seu próprio lumen. Este processo se repetiu até que restou apenas um núcleo de matéria imperfeita, que por sua vez deu origem à Terra.

O reconhecimento da grandiosidade da ideias do autor medieval pode ser uma forma de reatar os laços dos cientistas acadêmicos modernos com seus mestres, escreveu “Inovação Tecnológica”.

Traduzindo em números, a equipe de McLeish descobriu que o modelo resultante produz exatamente o tipo de universo que Grosseteste estava descrevendo: esferas concêntricas que se propagam para dentro.

Ainda há muito a se descobrir, corrigir e acrescentar. Porém, uma coisa parece certa: quanto mais a ciência se aprofunda, mais se aproxima de seus limites, após os quais aparece o Criador em todo seu poder e magnificência.

Bibliografia:
A Medieval Multiverse: Mathematical Modelling of the 13th Century Universe of Robert Grosseteste, Richard G. Bower, Tom C. B. McLeish, Brian K. Tanner, Hannah E. Smithson, Cecilia Panti, Neil Lewis, Proceedings of the Royal Society A, Vol.: 507, 161-163. DOI: 10.1038/507161a.

History: A medieval multiverse ; Tom C. B. McLeish, Richard G. Bower, Brian K. Tanner, Hannah E. Smithson, Cecilia Panti, Neil Lewis, Giles E. M. Gasper, Nature Vol.: 507, 161-163. DOI: 10.1038/507161a

domingo, 30 de março de 2014

Cuidado com o Rock Satânico



O ÚLTIMO EXORCISTA – Minha Batalha contra Satanás – (Trecho do Livro) Padre Gabriele Amorth 

                                                  
O que faz o rock satânico? Defende o niilismo mais completo, combate a religião católica e qualquer outra ordem social. Ensina que tudo é permitido e que o indivíduo é Deus. Leva a odiar a Igreja. O rock satânico tem inimigos conclamados: Cristo e a Igreja. E um só objetivo: o de colocar o homem a serviço de satanás e, depois, leva-lo à autodestruição.



Penso em Marilyn Manson, o cantor artista norte-americano, completamente escravo do demônio. Escravo de tal maneira, que chegou a declarar: “o demônio existe. O satanismo é o culto de si mesmo”. É mesmo? Só satã pode fazer que um adepto diga semelhante besteiras. Manson é um escravo, um filho do demônio, que existe e o manipula. É um homem sem fé. Gostaria de chamar a atenção de todos os pais sobre os filhos que vão por esse caminho. E dizer-lhes: “Se seus filhos escutam música satânica, vigiem-nos. Salvem seus filhos, para não ter de chorá-los quando estiverem mortos”. Quero dizer aos pais que tem filhos que escutam musica satânica: salvem seus filhos acompanhando-os desde a adolescência. Eduquem seus filhos na fé. Levem seus filhos à igreja desde pequenos. Ainda que chorem e corram por toda a igreja. Levem eles com vocês. Ó por osmose que se educa na fé.

Querem um exemplo de como o rock satânico leva à morte?

Irmã Maria Laura sai do convento em que vive. Uma jovem de 17 anos, Ambra Gianasso, a pede a ajuda. Diz que foi violentada e está grávida. É uma desculpa para poder encontrar com a religiosa em um lugar afastado, frequentado por viciados e prostitutas. A ideia é oferecer a religiosa como sacrifício a satanás. Três jovens acompanham a religiosa ao longo de um caminho pouco iluminado, a golpeiam com tijolo e, com 19 punhaladas. Quando as três jovens confessam, dizem que a irmã, ajoelhada no chão, pediu a Deus que as perdoasse.

Os meios de comunicação enfatizam o interesse das jovens por esoterismo e Marilyn Manson. Que papel pode ter tido essa paixão musical no gesto dessas garotas? A música satânica é um dos principais meios de difusão do satanismo entre os jovens.

É como uma lavagem cerebral que conduz ao nada, à abominação, à fúria homicida, à autodestruição. A mensagem negativa proposta por um disco é uma semente perigosa lançada na alma dos jovens. Almas puras e fáceis de contaminar.

Muitos desses cantores estão ligados de maneira estreita a seitas satânicas. Vejamos os Estados Unidos. Prestemos atenção nos cantores King Diamond e Acheron. Colaboram com a igreja de satanás. Marilyn Manson, inclusive, encontrou-se, há alguns anos, com Anton LaVey, e foi ordenado sacerdote. Blanche Barton, um expoente dessa seita, declarou: “Recebemos muitas perguntas da parte de jovens que começaram a se interessar por satanismo graças à música e ao comportamento de Marilyn Manson”.

No ano de 1996, um jovem de La Spezia, na Itália, profanava, à noite, os cemitérios. Foi detido pela polícia e, arrependido, declarou: “Estou arrependido. Deixei-me arrastar pela música Black metal, que ouço há mais de dez anos. Em especial pelas letras de alguns grupos noruegueses e suecos, como Marilyn Manson, Darkthrone e Marduk.

Além do rock satânico, existem também muitas imagens que destroem a alma, sobretudo as dos mais jovens. Por exemplo, há muitas histórias em quadrinhos que louvam a satanás. Elas também deixam uma marca, uma ferida na alma. E a televisão. Nem sempre as imagens ajudam. Ao contrário, quase sempre inculcam nas crianças a ideia de que só o dinheiro, o sexo e o poder nos fazem felizes. Dinheiro, sexo e poder: os três ídolos que satanás mais preza. A internet tornou mais acessível do que no passado as informações sobre satanismo. Pode cair com extrema facilidade nessas seitas. Pode ser, para ele (o jovem), o princípio do fim. Está cheio de gente que, ainda que por simples curiosidade, assiste filmes que teria sido melhor jamais ter visto. Satanás, com um simples filme, pode lançar no coração de uma pessoa certa semente má. Pode ser o princípio do fim. A web não é o mal absoluto. Mas na web, desgraçadamente, o mal absoluto está presente. E atua. E há quem se deixe seduzir.

Padre Gabriele Amort

quinta-feira, 20 de março de 2014

Médica ateia confere 1.400 milagres e diz: “eles existem”

Extraído do site Ciência confirma a Fé.

A professora Jacalyn Duffin dando aula de História da Medicina
A professora Jacalyn Duffin dando aula de História da Medicina

A hematologista canadense Jacalyn Duffin estava observando no microscópio “uma célula letal de leucemia”.

Olhando para a data do exame, concluiu: “fiquei persuadida de que o paciente cujo sangue estava examinando tinha que ter morrido”.

Entretanto, o paciente estava bem vivo.

A hematologista não sabia: ela havia sido solicitada para participar na investigação de um milagre.

Ela escreveu sua incrível história pessoal. em artigo para a BBC

A doutora Duffin, 64, é também uma prestigiosa historiadora, tendo presidido a Associação Americana de História da Medicina e a Sociedade Canadense de História da Medicina. Além de ser catedrática dessa disciplina na Queen’s University de Kingston (Canadá).

O fato se deu em 1986 e foi seu primeiro contato com as canonizações da Igreja.

A amostra de medula fora tirada de uma jovem de 30 anos ainda viva. Estudava-se a veracidade do milagre no contexto do processo de canonização da primeira santa canadense, Maria Margarida d’Youville (1701-1771), fundadora das irmãs da Caridade, elevada à honra dos altares 14 anos depois.

O paradoxal do evento é que naqueles tempos em que os processos de canonização eram exigentes, a Igreja tendia a descartar o caso enquanto milagroso.
A História da Medicina é a sua especialidade
A História da Medicina é a sua especialidade
Existia a possibilidade de a cura ser atribuída à quimioterapia. Porém, “os especialistas em Roma aceitaram reconsiderar a decisão se uma testemunha ‘cega’ (sem saber do quê nem de quem se tratava) reexaminasse as amostras”, narrou a Dra. Jacalyn.

Ela lavrou um laudo sem saber para o quê. “Nunca tinha ouvido falar do processo de canonização e não podia saber que a decisão requeria tanta deliberação científica”, disse ela.

Pois a hematologista é ateia e não se interessava pela religião, nem pela do marido que é judeu.

Até que um dia ela foi convidada a testemunhar diante de um tribunal eclesiástico. Posteriormente, como seu laudo foi decisivo, convidaram-na para assistir à cerimonia na Praça de São Pedro.

“De início eu duvidei em ir, eu não queria ofender as religiosas, porque eu sou ateia e meu marido é judeu.

“Mas acabamos indo, vendo que elas estavam felizes de nos incluir na cerimônia.

“Tampouco podíamos renunciar ao privilegio de testemunhar o reconhecimento do primeiro santo de nosso país”.

Ela ganhou também um exemplar da Positio, documento decisivo de cada processo de canonização. E ali viu que estavam incluídos seus trabalhos e observações.

A ateia levou uma surpresa: “subitamente compreendi entusiasmada que meu trabalho médico estava nos arquivos vaticanos, e a historiadora que há em mim começou a querer saber de outros milagres incluídos em canonizações do passado”.
A Dra. Jacalyn analisou 1.400 milagres apresentados durante quatro séculos
A Dra. Jacalyn analisou 1.400 milagres apresentados durante quatro séculos
E foi assim que acabou estudando 1.400 milagres apresentados para a canonização de centenas de santos nos últimos quatro séculos.

Ela publicou um primeiro livro com suas conclusões: “Medical Miracles” [Milagres médicos].

Depois escreveu um segundo livro sobre dois santos mártires do século IV cuja devoção cresce notavelmente nos EUA e no Canadá: “Medical Saints. Cosmas and Damian in a Postmodern World” [Santos médicos: São Cosme e São Damião no mundo pós-moderno], publicado em 2013 pela Universidade de Oxford.

A Dra. Jacalyn ainda é ateia, mas escreveu: “os ateus honestos devem admitir que acontecem fatos cientificamente inexplicáveis” e “a hostilidade de certos jornalistas periodistas procede de seu próprio sistema de crenças: como para eles Deus não existe, logo não pode existir nada sobrenatural.

Um de seus livros: Ss Cosme e Damião, santos que foram médicos
“Mas, se os doentes atribuem sua cura a Deus pela mediação dos santos, por que é que deve prevalecer outro sistema de crenças (o incrédulo) sobre o dos doentes? “

Essa pretensão revela o abismo, socialmente admitido, entre acreditar na ciência e maravilhar-se diante do inexplicável”.

E acrescentou: “os milagres acontecem e com maior frequência do que acreditamos”.

O testemunho da Dra. Jacalyn, independente de suas convicções pessoais, é um tributo ao rigor da Igreja na hora de examinar as curas sobrenaturais.

Dos 1.400 milagres analisados, ela concluiu que “as doenças que acabam sendo curadas por milagres foram diferentes segundo a época, mas, em todas as ocasiões, tratava-se das que mais desafiavam a ciência médica”.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Os pecados da língua: a detração ou maledicência e a calúnia

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Sermão para o Décimo Primeiro Domingo depois de Pentecostes
28 de julho de 2013 – Padre Daniel Pinheiro
Fonte 

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“E levantando os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: Ehphpheta, que quer dizer, abre-te. E imediatamente se lhe abriram os ouvidos e se lhe soltou a prisão da língua, e falava claramente.”
Caros católicos, no Evangelho de hoje, Nosso Senhor cura com um gesto e com palavras um surdo-mudo. Com esse gesto, Nosso Senhor quis nos dar ao menos duas lições. A primeira delas foi mostrar o modo de atuação dos sacramentos. Com um gesto e uma palavra, Cristo opera um milagre. Da mesma forma, com gestos, palavras e coisas sensíveis os sacramentos são realizados. Portanto, a Igreja, ao realizar os sacramentos, ao administrar os sacramentos nos transmite simplesmente o que ela recebeu de Cristo, como São Paulo o diz na Epístola de hoje. A segunda lição do Evangelho de hoje diz respeito aos pecados da língua e dos ouvidos. Não sabemos ao certo se esse mudo era completamente mudo ou se simplesmente não consegui falar corretamente, devido a algum defeito. Quanto a nós, nós podemos falar, mas quantas vezes não falamos corretamente, quantas vezes usamos nossa língua para ofender a Deus, prejudicar o próximo e prejudicar a nós mesmos! É dessa segunda lição do Evangelho de hoje que trataremos, caros católicos.
A língua é pequeno membro do nosso corpo, mas grande é a sua importância e a sua influência sobre a nossa vida espiritual. Com a língua podemos louvar a Deus, adorá-lo, rezar, fazer Deus conhecido, podemos edificar o próximo. Com a língua, podemos favorecer as virtudes. Todavia, com a língua podemos também pecar contra praticamente todas as virtudes, o que leva o Apóstolo São Thiago a dizer: “Também a língua é um fogo, um mundo de iniqüidade. A língua está entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e sendo inflamada pelo inferno, incendeia o curso da nossa vida.” Podemos pecar contra a virtude de religião, blasfemando, falando mal de Deus ou dos santos, por exemplo. Podemos pecar contra a humildade alardeando nossas próprias qualidades. Podemos pecar contra a castidade, com linguajar baixo ou de duplo sentido, por exemplo. Podemos pecar contra a virtude da veracidade, mentindo. Todavia, os pecados mais comuns que se cometem com a língua são os pecados contra a justiça e contra a caridade. Nós podemos pecar fazendo juízos temerários, fazendo injúrias ou, amaldiçoando, etc. Falaremos hoje dos pecados da língua que atingem a fama, a boa fama do próximo. Esses pecados da língua que atingem a fama são os pecados de difamação.
Antes de tratar do pecado de difamação propriamente dito e para compreender a sua gravidade, devemos entender o que é a fama. Por fama, se entende a estima geral, boa ou má, que se tem de uma pessoa. Se sua conduta honrada e boa é clara diante dos outros, ela adquire diante das pessoas uma boa fama, uma boa reputação. Ao contrário se é pública a sua conduta imoral ou escandalosa, ela adquire uma má fama. No sentido próprio, a fama verdadeira é a boa fama. E todo homem tem um direito natural a uma boa fama, pois uma pessoa não pode ser considerada má, enquanto ela não demonstrar por suas ações ser má. Se todo mundo tem direito a uma boa fama até que prove o contrário por seus atos e palavras, a injusta difamação, quer dizer, o ataque injusto à boa fama de uma pessoa é um pecado contra a justiça, que exige restituição ou reparação pelo mal causado. A fama é um bem de grande valor, a sagrada Escritura (Prov. 22, 1) diz que ela é mais preciosa que grandes riquezas e que ela permanece mais do que milhares de tesouros (Eccli. 41, 15).
A difamação pode ocorrer basicamente de duas maneiras: 1) pela detração ou maledicência e 2) pela calúnia.  1) A detração ou maledicência consiste em manifestar sem justa causa um pecado, um vício ou defeito verdadeiro do próximo. A pessoa tem direito não só a uma boa fama verdadeira, mas também a uma boa fama falsa, enquanto seu pecado ou defeito permanecer oculto e não for necessário revelá-lo. Se se critica defeitos ou pecados já conhecidos publicamente não existe detração ou maledicência, mas pode haver falta contra a caridade.  2) A calúnia por sua vez consiste em atribuir falsamente ao próximo um pecado, um defeito, um vício. A calúnia acrescenta à detração ou maledicência uma mentira.
A detração ou a calúnia podem ser feitas de forma direta ou indireta. De modo direto, manifestando claramente o pecado alheio, verdadeiro ou falso. Isso se faz revelando o pecado oculto, exagerando um pecado verdadeiro, atribuindo uma má intenção a uma ação boa ou simplesmente inventando um pecado que o outro teria cometido ou um defeito. De modo indireto, negando ou diminuindo as boas qualidade do próximo. Isso se faz negando o bem que o outro fez, calando maliciosamente o bem que o outro fez, diminuindo o bem feito pelo próximo ou louvando-o menos do que se deveria. As formas verbais dessa maledicência ou calúnia indiretas são várias: “Sim, tal pessoa fez isso de bom, mas…” “É melhor eu nem acabar de contar, do contrário…” Às vezes as palavras não são nem necessárias, bastando um gesto, um sorriso para que a fama do próximo caia por terra. A difamação, seja ela caluniosa ou simples detração, pode ocorrer seja com a intenção explícita de denegrir o próximo seja criticando-o por alguma outra razão (pelo hábito de falar muito, por falar sem pensar, para utilidade própria) e sem a intenção de denegri-lo, mas prevendo que sua fama será prejudicada.
A gravidade da difamação se mede tanto pela importância do defeito divulgado ou falsamente atribuído quanto pelo dano causado ao próximo com ela. Em geral, quando se revela um defeito leve ou se atribui falsamente ao outro um pecado leve, a infâmia é leve. Ao contrário, quando se revela ou se atribui falsamente um pecado ou defeito grave a outra pessoa, a infâmia é grave. Pode haver, porém exceções, em virtude da dignidade da pessoa ofendida. Assim, revelar uma pequena falta oculta do Papa, poderia ser uma infâmia grave, por exemplo. Além da gravidade do pecado divulgado ou falsamente atribuído, é preciso levar em conta também a gravidade do dano causado ao próximo. A gravidade desse dano depende da gravidade do defeito atribuído à outra pessoa, mas depende também da qualidade da pessoa criticada, do prestígio e da credibilidade do difamador, da quantidade e qualidade dos ouvintes, das consequências para a família do difamado ou para os seus bens. Alguém que inventasse, por exemplo, uma pequena mentira sobre outra pessoa prevendo que ela perderia o emprego por causa disso, cometeria uma falta grave  Se, consideradas todas as circunstâncias, o dano é leve, o pecado será venial. Se o dano é grave, o pecado será mortal, se o difamador previu o grave dano. E, claro, se a intenção é prejudicar gravemente alguém, por maledicência ou calúnia, haverá uma falta grave, ainda que, no fim das contas, a fama ou dano para o difamado seja leve. Do mesmo modo, haverá pecado grave se a pessoa age por ódio ou por algum outro motivo gravemente desordenado, ainda que o dano final não seja grave.
A difamação, como dissemos, é pecado contra a justiça, pois prejudica o direito à boa fama que o próximo tem e trata-se igualmente de um pecado contra a caridade, que nos proíbe desejar ou fazer mal ao próximo. Fica claro que se trata de uma falta de caridade porque, em geral, buscamos desculpar os defeitos dos que amamos, atribuindo-lhes ao menos a boa intenção. Assim, quando se difama é sinal de que a caridade está ausente. Além de ir contra a justiça e a caridade, a revelação sem motivo suficiente de pecados ou a invenção de pecados prejudicam o bem comum, favorecendo brigas, rixas, vinganças, etc., que perturbam a paz e tranquilidade social.
Também os mortos têm direito a uma boa fama. Não é lícito difamar os mortos, a não ser com causa justa e proporcional. Seria uma causa justa, por exemplo, revelar seus defeitos verdadeiros para impedir que seus escritos ímpios continuassem a influenciar as almas prejudicando-as. Os historiadores têm aqui uma maior liberdade para publicar pecados ou defeitos certos (e não simplesmente possíveis ou prováveis), se da publicação desses fatos haverá alguma lição proveitosa. Isso porque historia magistra vitae est (a história é mestra de vida).
Na confissão, é preciso dizer se difamou o próximo levemente ou gravemente, quantas vezes o fez, se o dano causado foi grave ou não. É preciso dizer também se foi por simples detração ou maledicência, revelando defeitos verdadeiros, ou se foi por calúnia, inventando defeitos ou pecados. É preciso também dizer o que motivou essa ação: ódio, inveja, simples, leviandade, excesso no falar, etc., porque esses motivos são pecados distintos da difamação.
Quando se trata de um pecado contra a justiça, é preciso reparar o pecado cometido pela restituição do bem prejudicado. Portanto, o verdadeiro arrependimento da difamação inclui a obrigação de restituir a fama do próximo e reparar todos os danos materiais que foram ocasionados em virtude da difamação e que tenham sido previstos pelo difamador. Se há um grave dano para a fama ou para os bens do próximo, existe uma obrigação grave de reparar, assim que possível. Se o dano foi leve, existe uma obrigação leve de reparar o dano causado. Essa reparação deve ser feita o quanto antes, a fim de evitar que a difamação se espalhe. Se se trata de uma calúnia, é preciso fazer com que a verdade seja conhecida, dizendo que cometeu um erro quanto ao que disse, etc. Se for preciso prejudicar a própria fama para restabelecer a verdade, deve-se fazê-lo. Se se trata de detração ou maledicência não se pode negar o que foi dito, pois se trata de um defeito ou pecado verdadeiro. Será preciso, então, restituir louvando as qualidades do difamado, buscando desculpas para a ação dele, buscando mostrar a boa intenção dele, apesar do ato ruim. Se a difamação foi pública ou por escrito, deve ser restituída da mesma forma. O difamador pode ver-se livre da obrigação de restituir, se a difamação não se realizou de fato, seja porque as pessoas já sabiam ou porque não acreditaram, etc. Isso não elimina o pecado, mas a obrigação de restituir. Também deixa de haver a obrigação de restituir se existe uma impossibilidade física ou moral de fazê-lo, por exemplo, se perdeu contato com as pessoas que ouviram as difamações ou se para reparar uma infâmia leve tivesse que prejudicar gravemente a própria fama. Também deixa de existir a obrigação de restituição em função do perdão dado pelo prejudicado, se ele não exigisse mais a reparação.
A difamação é algo que muitas pessoas não levam tão a sério e não combatem devidamente, embora sejam sérios na prática dos outros preceitos. Existe, porém, um erro oposto, que consiste no fato de considerar que sempre se comete um pecado ao se revelar algum defeito ou pecado dos outros. Na verdade, é lícito revelar os defeitos ou pecados ocultos dos outros, desde que haja causa proporcionalmente grave para fazer isso e desde que se evite o ódio, rancor, inveja ou qualquer outra disposição desordenada. É preciso que haja causa proporcionalmente grave e reta intenção. (É evidente que o sacerdote não pode em nenhuma hipótese revelar os pecados ouvidos em confissão, nem mesmo para salvar a própria vida.) Às vezes, pode até mesmo ser um dever revelar os defeitos ocultos de outra pessoa. Em geral, as causas que justificam isso são por motivo religioso, por motivo de justiça ou de caridade. Por motivo religioso, por exemplo, quando se revela ao Bispo os defeitos  sérios de um seminarista, a fim de evitar que seja ordenado, e que venha a escandalizar o rebanho. Também por motivo de justiça, quando se tem o dever, por ofício, de revelar e denunciar um crime. Finalmente, por motivo de caridade, para evitar um dano para a sociedade, para evitar um dano para si mesmo, para evitar um dano para uma terceira pessoa ou até mesmo para ajudar a pessoa de quem se revela o segredo. Assim, pelo bem comum, é lícito revelar publicamente e até mesmo pela imprensa os defeitos verdadeiros de um candidato ímpio a um cargo público. Pelo bem comum, é preciso denunciar os que espalham erros ou doutrinas contrárias à fé e aos bons costumes, de modo que alguém os corrija ou de modo que a influência deles seja diminuída. Quando se trata de membros da Igreja, que podem errar, a prudência deve ser redobrada e a caridade mantida sempre. Não se deve também criticar aleatoriamente, de forma escandalosa ou inútil. A pessoa que conta os defeitos de outro pode fazê-lo se isso é necessário para buscar consolo, defesa, ou conselho, por exemplo, mas manifestando somente o que realmente é necessário para atingir o fim desejado. Para o bem do próprio difamado também é possível revelar seus erros ocultos, por exemplo, quando se diz aos pais ou aos superiores os defeitos dos filhos, a fim de que sejam corrigidos e possam levar uma vida melhor. Pelo bem de uma terceira pessoa também é lícito revelar os defeitos ocultos, a fim de colocar essa terceira pessoa de sobreaviso contra as intenções perversas de quem quer prejudicá-la ou enganá-la de alguma forma. Portanto, às vezes é lícito e bom manifestar os erros, defeitos ou pecados verdadeiros dos outros, e pode até mesmo ser necessário. Todavia, é preciso que haja realmente causa proporcional para fazer isso. Nesses casos, a pessoa não tem mais direito a uma boa fama e sua boa reputação é perdida com justiça.
Eis, então, a doutrina moral com relação a esses pecados da língua. Cumpre notar, porém, que existe uma relação estreita entre esses pecados da língua e os pecados do ouvido. A língua não fala se não há ouvidos para ouvir as difamações. São Bernardino diz que entre o difamador e o que ouve o difamador é difícil dizer quem é o mais condenável. Assim, quando alguém começar a falar mal de outro injustamente, devemos procurar mudar de assunto, mostrar nosso desconforto com a situação e, se for possível, até mesmo deixar o ambiente que se está falando mal dos outros. Devemos também procurar manifestar as qualidades da pessoa que está sendo injustamente difamada. Santo Agostinho tinha escrito na sala em que costumava fazer suas refeições a seguinte frase: “Aquele que gosta de destruir pelas palavras a vida dos outros saiba que essa mesa lhe está proibida.”
Se Deus nos deu a língua, foi para que possamos falar coisas que nos levem até Ele, foi para honrá-lo, adorá-lo e para edificar o próximo e não para prejudicá-lo injustamente. Se Ele nos deu os ouvidos, foi para que aprendamos a verdade, para que aprendamos e sigamos a sua doutrina celestial. Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo que afaste de nós os pecados da língua e dos ouvidos. Como diz a Sagrada Escritura, no livro dos Provérbios (13, 3): “Aquele que guarda a sua boca guarda a sua alma. Aquele que fala de modo inconsiderado, busca a ruina.” “O homem justo será saciado de bens pelo fruto de sua boca” (13,2).

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