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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Os Tres Sonhos de Monsenhor Eymard L'E Monteiro

(obs: Não confundir com os sonhos de Dom Bosco) Fonte Completa
Com autorização eclesiástica do Exmo. e Revmo. Senhor Dom Marcolino, Arcebispo de Natal

VIAGEM AO PURGATÓRIO
Nunca me preocupei com os sonhos. Sobretudo quando eles versam sobre coisas sem importância e que têm a sua explicação no cansaço da vida, nas preocupações diárias ou no esgotamento nervoso.
Entretanto, os três sonhos que vou contar merecem um destaque especial, pela sua significação e pelo seguimento com que me foram apresentados por um mensageiro de Deus.
Sonhei que me aparecia um anjo de asas tão brancas e longas como se fossem desconformes para o seu corpo, que parecia de neve. Seu rosto era assim como de vidro, do qual saía um esplendor divino que ofuscava a minha vista.
Aproximou-se de mim o estranho visitante e saudou-me, reverentemente, dizendo:
Salve, representante de Cristo!
Meio tímido, consegui, entretanto, abrir a boca e responder:
Salve! Quem és tu e que desejas?
Continuou o anjo:
Sou um dos querubins que assistem ao trono sagrado de Deus Onipotente (e aqui o anjo fez uma reverência) e vim buscar-te para te mostrar o Purgatório. Hoje é sábado, dia em que Nossa Senhora manda buscar as almas que em vida conduziam o escapulário e cujos donos morreram com ele. Quero que tenhas uma visão real daquele lugar de purificação, onde ficam as almas que ainda não tiveram as suas penas descontadas.
E, no sonho, eu me recordo como falava com o anjo, dizendo:
Sim, mensageiro de Deus. Irei até lá para ajudar os conhecidos que ainda não tiveram Missas celebradas pelas suas almas.
Verás os padecimentos de várias crianças, alunos de Colégios do lugar onde moras que, por muito simples motivo, ainda hoje não poderão ver a face de Deus. Meu interesse de levar-te comigo é justamente por saber que lá estão vários de seus amigos, jovens que foram teus alunos e que a morte arrebatou do mundo no começo da vida, em plena mocidade!
E o anjo me tomou em seus braços sobrenaturais como se fossem nuvens que me envolvessem e atravessou comigo o espaço infinito que nos separava da eternidade. A amplidão misteriosa que nos rodeava naquele instante e o medo que me fazia tremer causavam uma angústia profunda no meu coração, impressionado com o que me poderia acontecer.
Depois de algum tempo, que me pareceu longo demais, nesta subida vertiginosa para um lugar desconhecido, escutei a voz do anjo que me dizia:
Estamos perto! Peço que não te assustes!
Nuvens pesadas passavam por nós e, à proporção que subíamos, o vento uivava como um lobo faminto, em noite de luar. Senti arrepios passarem pelo meu corpo, enquanto avistava, lá embaixo, muito longe, a grande bola da Terra, movendo-se vertiginosamente em torno de si própria.
Fechei os olhos para abri-los depois, quando me sacudiu o anjo para mostrar-me um portão de fogo que tínhamos diante de nós. Grossas chamas saíam pelas frestas, enquanto rolos de fumaça escura invadiam o teto do majestoso prédio.
Disse o anjo:
É aqui!
E, a um sinal da cruz feito com a mão direita em direção à misteriosa entrada, abriam-se aqueles enormes portões, rangendo nos gonzos que os sustentavam.
Entramos.
Um espetáculo doloroso quase me fez cortar o coração. Via, no sonho, almas que sofriam as agruras do fogo e que, à minha passagem, estendiam os braços em atitudes de súplica, sem poderem falar, com uma fisionomia que me causava profunda angústia.
Elas aqui não falam? perguntei.
Não. As almas não podem falar. Quando chegarem ao Céu, poderão ter conhecimento de tudo, pela intuição divina. Esta é justamente uma das grandes formas da felicidade, na bem-aventurança.
E, enquanto falava, o anjo que me conduzia não parava um instante. Parecia apressado, assim como quem dispunha de tempo marcado para cumprir uma missão. Levou-me até ao abismo do Purgatório, estacando, de repente, diante de uma alma. Apontou-me uma jovem de 12 anos, mais ou menos, sentada na ponta de uma labareda. A pobrezinha oscilava aos movimentos incertos da chama vermelha e tinha um ar triste de quem já havia perdido a esperança... Olhei-a, conheci quem era. Lembrei-me dos seus últimos momentos que foram na Terra assistidos por mim. Quando me viu, levantou-se, abriu a boca, num esforço para falar, para gritar, sem poder. Depois, tentou um sorriso estérico, numa feia contorção da boca.
Chamei pelo seu nome:
Marisa!
Mas ela apenas continuou me fitando, enquanto voltava a sentar-se no seu assento de fogo, a um simples gesto do anjo que me seguia. Agora, apontava ele para cinco meninos, um dos quais eu conheci também. Havia morrido há muitos anos de anemia perniciosa e me custou acreditar que ainda estivesse no Purgatório, pois eu havia já celebrado várias Missas por ele.
Sim, é verdade! disse o anjo. Eles cinco irão agora para o Céu. Tuas Missas serviram para eles, embora tivessem sido celebradas por um só. Mas Deus contribuiu os méritos do sacrifício infinito por eles cinco, para que se salvassem no mesmo dia. Todos usavam o escapulário.
E aquela menina? perguntei.
Aquela menina disse o anjo que na Terra se chamava Marisa, não sairá hoje porque tem de purificar-se ainda de umas pequenas faltas que cometeu na vida. Passará mais uma semana no Purgatório.
Olhei para Marisa. E senti toda a angústia de seu espírito. Ao escutar sua sentença, estremeceu, de leve, e, fazendo que não ligava muita importância às dores de suas queimaduras, aprumou-se melhor na ponta da labareda que a
envolvia de instante a instante, mergulhando-a naquele mar rubro de imenso fogo.
Voltei-me para o anjo e perguntei:
Que fez ela?
Respondeu o querubim:
Na Terra, batia o pé para a mãe, respondia-lhe com maus modos, fugia de casa e juntou-se com uma colega que foi a causa de sua perdição. Adoeceu de uma forte gripe que apanhou na praia, quando para lá se dirigia, escondida dos pais, com esta tal colega, vindo a falecer de pneumonia dupla.
Na Policlínica, não é verdade?
Exatamente! Foste tu que lhe perdoaste os pecados, mas agora tem de purificar-se das penas... Deus a chamou, apesar dos seus poucos anos, antes que caísse em faltas maiores e se condenasse eternamente.
Baixei a cabeça e caminhei em direção ao portão de saída. Atrás de mim vinha o anjo com as cinco crianças bem-aventuradas. E, enquanto atingíamos o portão flamejante, pensava em inúmeras outras crianças lá da Terra, que eu tanto conhecia, pensava em outras pessoas que estavam em grave perigo de condenação, por não ligarem aos conselhos dos pais, nem procurarem arrepender-se de seus pecados ou corrigir-se de suas faltas. E, ao me despedir do mensageiro celeste, perguntei-lhe:
Será que ainda me vens buscar para outra visita ao Purgatório?
E ele, batendo as longas asas para o Céu, abraçando os novos filhos de Nossa Senhora, exclamou:
Não! Agora, não te virei mais buscar para o Purgatório. Levar-te-ei ao Céu, da próxima vez!
Quando acordei, já eram cinco horas da manhã, hora de levantar-me, imediatamente. Os clarões da aurora tingiam de rubro o horizonte ao longe, através da minha janela aberta. E, enquanto rezava a oração da manhã, não saía do pensamento a lembrança de Marisa... No Purgatório ainda, por causa de sua desobediência!
E saí para celebrar a Santa Missa por aquela infortunada criança, ao mesmo tempo que pensava:
Quantas Marisas, por aí afora, não haverão de sofrer tanto e tanto no Purgatório!...

VISITA AO CÉU
O mesmo anjo que, na vez passada, me levou ao Purgatório, veio chamar-me para ir ao Céu. Ele me havia dito que, em qualquer noite, poderia voltar para me fazer gozar, ao menos em sonho, a presença de Deus Onipotente, na eterna bem-aventurança. Passei a semana a esperar pela surpresa agradável. E, justamente, nesta noite, eu havia adormecido muito cansado pelos trabalhos e fadigas do dia, com muitos problemas e preocupações. Antes de rezar, fiquei pensando que seria uma boa oportunidade se aquele belo anjo me viesse buscar para ver o Céu.
E foi isto o que aconteceu!
Movido apenas por um sinal do meu companheiro divino, vi-me, de repente, na amplidão do infinito, atravessando as nuvens, subindo, sempre subindo. Uma alegria indescritível se apoderara de mim e, à proporção que ia subindo, sentia-me tão leve, tão diferente, que não pude deixar de fazer minha primeira pergunta:
Para onde me levas, anjo divino?
Vim buscar-te para o Céu! respondeu-me ele.
E por que estou ficando tão leve?
Então, explicou-me o anjo, o que se passava em mim:
Esta sensação que sentes é uma sensação de bem-estar, de alívio, de felicidade que sentem todos os que se aproximam do Céu. Como sabes, o Céu é o lugar que Deus reservou para as almas justas e santas, onde não há nem pode haver tristezas, sofrimentos ou contrariedades. O Céu é a própria felicidade, a alegria sem restrições dos que sempre desejaram o bem e a posse da eternidade com Deus.
É lá que tu moras?
Sim, moro no Céu. Sou dos querubins que estão sempre diante do trono de Deus, para servi-Lo e amá-Lo.
Então, sempre estás a ver Deus?
Sim, vejo Deus todos os dias. E quando tenho de afastar-me de sua presença, como agora, para o desempenho de alguma missão, sinto uma saudade imensa do meu lugar, porque ali a gente vive sempre feliz.
Pensei, então, que bom seria se Deus consentisse que eu ficasse no Céu. E que este sonho não fosse um sonho, mas a pura realidade!... Quanto mais voávamos, mais eu ficava transformado, sentindo algo diferente dentro de mim. Começava a ver os meus desejos satisfeitos e atendia a minha vontade. Via-me contente com tudo o que possuía e o mais interessante é que não desejava mais nada. E aquilo me trazia uma grande admiração, pois quantas coisas tenho ainda que fazer, negócios para resolver e, agora, tudo isso desaparece, por encanto, como se já estivesse realizado!
Num dado momento, o anjo olhou para mim e falou:
Estamos pertinho do Céu! Olha para baixo!
Olhei. A Terra me pareceu tão mesquinha, tão desprezível, tão sem atrações que fiquei admirado de me conformar em viver lá. Quis falar com o anjo, mas, quando olhei o seu rosto, fiquei espantado. O meu companheiro começava a transfigurar-se, ficando translúcido, tão lindo que fiquei abismado. Um sorriso divino, meigo e manso esboçava-se em seu rosto que parecia fitar alguma coisa lá muito distante. Não quis despertá-lo do seu êxtase e esperei que ele me falasse de novo, a fim de perguntar-lhe o que estava vendo. Por fim, comecei a ficar, também, transfigurado e pressenti que a velocidade do nosso vôo diminuía, como sinal de aproximação do Céu. Mais alguns instantes e encontramo-nos diante de um portão muito mais estreito do que o do Purgatório. Ao avistá-lo até pensei que por ele não pudéssemos passar e supus
que se tratava de alguma ante-câmera do Céu. Depois que paramos, tive ânimo de perguntar ao anjo:
E agora, onde estamos?
Diante do portão do Céu! respondeu.
Assim, tão estreito?
E o anjo me explicou:
É que a entrada do Céu é muito difícil. O caminho é apertado e a portinha... bem que estás vendo!...
O anjo ajoelhou-se diante daquela porta esquisita, fez três reverências profundas e, aos poucos, ela abriu-se, deixando-nos ver o que estava lá dentro.
Meu Deus, que deslumbramento!
E, a um sinal do meu amigo, segui-o pelas belas alamedas da eternidade. Fomos andando, entre magníficos jardins de belas flores, sentindo o hálito perfumado daquele recanto esplendoroso, onde imperava uma beleza que ninguém pode descrever. Meu corpo se tornava cada vez mais leve. Por pouco, nem tocava mais no chão! Minha ansiedade era tão grande, que não pude deixar de perguntar ao anjo:
Isto aqui já é mesmo o Céu?
Sim, já estamos no Céu. respondeu o querubim. Mas o Céu tem muitos departamentos e agora é que estamos chegando ao primeiro degrau de felicidade.
E apontou-me para umas dependências muito lindas que íamos vendo e que, no sonho, não tinham portas e eram assim como se fosse de vidro, onde estavam as almas bem-aventuradas.
O anjo me foi mostrando aquelas mansões, cada uma mais deslumbrante, mais rica e mais cheia de encantamento. As pessoas que estavam lá dentro tinham uma fisionomia tão linda que fiquei confundido se eram anjos ou simples almas.
São almas, as almas puras. disse-me o anjo.
E continuou mostrando-me os diferentes degraus daquela felicidade:
Ali estão as almas humildes, lá adiante as almas obedientes e ali quero mostrar-te as almas das crianças.
Era um lugar maravilhoso, aureolado de luz, com anjinhos que iam e vinham, sorridentes e felizes. Umas estavam mais altas do que outras.
Por que? perguntei.
Aquelas mais altas estão mais perto de Deus. São as almas das crianças que, na Terra, respeitaram a Igreja, onde está a Eucaristia.
Aproximei-me um instante e pude ver a felicidade daquelas almas deslumbradas de luz pela suave magia da presença de Deus. E, como eu estivesse muito admirado, explicou-me o meu companheiro, o seguinte:
Na Terra, a Igreja é o lugar mais santo. É a casa de Deus por excelência, onde se realizam os atos litúrgicos em homenagem à Santíssima Trindade. A Santa Missa é o Sacrifício da Nova Lei, ao qual estão obrigados a assistir todos o que desejam salvar-se.
Atalhei o amigo, dizendo:
Sei disso, meu querubim. Esqueces que estás falando com um Sacerdote?
Não esqueci que és padre. Apenas quero chegar ao ponto seguinte: as crianças que se comportam bem na Igreja, respeitando a presença de Jesus Cristo, na Eucaristia, são aqui largamente recompensadas. Deus vem visitá-las duas vezes por dia e manda sempre seus anjos para ficarem com elas. Não vistes aquelas crianças que estavam rindo e conversando na Igreja, domingo, à hora em que celebravas a Santa Missa? Pois bem, crianças assim não merecem os favores de Deus, porque estão desprezando a sua casa e a sua presença. Crianças que assim procedem na Terra, ficarão muito tempo no Purgatório, antes de virem para o Céu.
Rapidamente meu pensamento voltou-se para a Terra. E, imediatamente, fiz o propósito de iniciar a minha pregação sobre o comportamento na Igreja, logo que voltasse ao mundo. Porque, se as crianças que são pequenas sofrem, no Purgatório, pela falta de respeito na Igreja, que sofrimento não estará reservado aos adultos?
E continuei meu passeio pelo Céu, olhando a beleza divina da morada dos santos, seguindo a indicação que me fazia o anjo. Estava deslumbrado com tanta felicidade e apesar de estar ali, apenas em sonho, sentia-me tão feliz que fiquei admirado quando o anjo me disse que já fazia um mês que estávamos no Paraíso.
É tão grande a felicidade que Deus reserva às suas almas que nem tomamos conhecimento do tempo. Aqui se vive a plenitude do que é bom, sem notar que já faz mais de um mês que deixamos a Terra!
Isso tudo? perguntei. Parece que foi neste instante que chegamos.
E, ansiosamente, temendo que já estivesse na hora de regressar, perguntei, aflito:
E já vamos voltar?
Não. respondeu o anjo. Ainda ficarás aqui por vários dias, porque tenho uma surpresa para ti.
Qual é?
Terás a grande alegria de falar com Deus.
Ouvindo estas palavras, meu coração estremeceu de contentamento. Falar com Deus. Tantas vezes, na Terra, invocara o seu Nome sagrado, e, agora, ia vê-Lo, face a face!
Quero mostrar-te também os teus santos protetores e a beleza do lugar onde eles moram. Olha para trás e vê a grande distância que nos separa do portão de entrada.
Foi então que percebi que há muitos dias ali estávamos, pois, no sonho, eu via o portão tão longe, tão distante, sumindo-se, pequenino, entre as nuvens douradas da pátria celeste. E, por uma intuição divina, percebia que tal distância só se podia andar, no Céu, dentro de muitos dias.
O anjo levou-me pelas galerias do Céu, ornamentadas com tapeçarias de raro valor, por onde anjos passavam, sempre calmos, mas com a fisionomia de quem ia fazer alguma coisa. Quando passavam por nós, faziam profunda reverência e continuavam seu caminho.
Para onde é que eles vão? perguntei.
São anjos, mensageiros de Deus, que vão à Terra para o cumprimento de alguma missão, assim como eu estou cumprindo a minha.
E por que fazem uma reverência quando passam por ti?
Por mim, não. Quando passam por ti respondeu o celestial amigo. Bem sabes que o Sacerdote tem grandes poderes no mundo e, no Céu, eles então, imediatamente, juntos de Deus.
E, para meu espanto, afirmou:
Sabes de uma coisa? Se um anjo encontrasse, aqui, um Sacerdote e Nossa Senhora, saudaria, primeiro, ao Sacerdote, para depois saudar à Mãe de Deus!
Foi, então, que um calafrio percorreu a minha espinha.
Meu Deus, em que situação estou colocado? Chamado por Deus para o desempenho de uma grande missão. Morar no Céu, junto ao Onipotente e ser saudado primeiro do que Nossa Senhora!
E onde estão as almas dos padres?
O anjo baixou a cabeça, tristemente, e respondeu:
Infelizmente, não poderás vê-las. A grandeza do padre, no Céu, compara-se à grandeza do próprio Deus. Tenho ordens do Onipotente para mostrar-te o lugar que eles ocupam, no Inferno, quando são condenados.
Fiquei assombrado com aquela notícia e perguntei:
E daqui vamos ao Inferno?
Não. Daqui não poderemos passar para o Inferno. Verás a condenação eterna de outra vez.
Então, ainda irás buscar-me para o Inferno?
Foi esta a ordem que recebi.
E, apesar de toda aquela felicidade, da mística alegria que antes invadira o meu coração, comecei a chorar. Ir ao Inferno para ver o lugar onde sofrem as almas dos Sacerdotes que não se salvaram!...
Mas o anjo consolou-me, dizendo:
Não te preocupes. São poucos os que se condenam.
Tu, por certo, estarás salvo. Não vês a predileção que Deus te dá? Protege as tuas obras, ajuda-te, inspira-te bons pensamentos, tudo isso por causa da tua devoção ao divino Espírito Santo.
Aquelas palavras do anjo caíram em mim assim como um bálsamo em ferida magoada. E meu semblante encheu-se de luz, enquanto continuávamos nossa visita pelos paramos celestiais de bem-aventurança.
Estamos diante dos aposentos dos teus santos de estimação. Não podes entrar porque ainda não morrestes. Mas verás os teus protetores, através das paredes de vidro que cercam a mansão dos santos.
E, descerrando uma grande cortina de veludo vermelho, apresentou-me os meus amigos celestiais que, na Terra, são tão invocados por mim.
No sonho, aquele recanto se me afigurava como um imenso campo coberto de mil flores, embaladas pelas carícias da brisa, como se toda a beleza do mundo, isto é, do Céu, ali tivesse sido posta pela mão misteriosa do próprio Deus. Minha alegria chegou ao auge, quando divisei a primeira fisionomia conhecida – Santa Maria Goretti! Lá estava ela. Olhando-me, esboçou um sorriso tão lindo que não pude deixar de exclamar:
Mas, que beleza... que indizível felicidade naquele rosto!...
Disse-me o anjo:
No Céu, os que morrem em defesa de sua pureza trazem sempre sorriso no rosto. Até Deus gosta de contemplar as almas que vivem aqui, por causa de sua pureza!
São Luís de Gonzaga, o patrono do Colégio que eu dirijo na Terra. São Francisco de Assis, o pobre. São Francisco que foi humilde e amigo da Natureza. Ali eu o via beijando a irmã água e contemplando a irmã lua. Santo Antônio, falando aos peixinhos do mar. Santa Teresinha, abraçando o seu crucifixo. São Domingos Sávio, bradando ao mundo que é melhor morrer do que pecar. Agora é que vejo porque ele dizia isso.
E minha admiração continuava e iria muito adiante, se eu não tivesse sido abordado pelo anjo, que me perguntou:
Queres ver o lugar dos papas?
Quero, sim! respondi.
E fomos caminhando pelos gloriosos caminhos do Céu, até, chegarmos diante de uma monumental basílica, assim como a Basílica de São Pedro, em Roma. Uma grande porta se abriu, enquanto belos anjos se apresentavam a nós, perguntando-nos o que desejávamos:
Ver os papas santos respondemos.
Mostra-nos o último que aqui chegou! disse o meu companheiro, dirigindo-se a um colega.
E, fazendo uma grande reverência a mim, o guardião da morada celestial dos papas, disse-nos:
Acompanhai-me!
E fomos andando. Os três, em silêncio. O último papa devia ser Pio X. Tinha vontade de perguntar, mas controlei-me e esperei. Quando fomos introduzidos no recinto dos Santos Padres, o anjo que nos acompanhava tomou de uma trombeta de ouro e tocou uma bela música.
Que significa isso? perguntei ao meu amigo.
Aqui, cada papa atende por uma música diferente. Cada um tem o seu toque de chamada.
E quem é que ele está chamando?
Espere e verás.
E qual não foi a minha surpresa quando, abrindo-se uma cortina de nuvens suaves e macias, apareceu diante de nós o Santo Padre, o Papa João Paulo I. Não resisti de emoção e cai, de joelhos, diante dele. Foi um momento de grande alegria. Fazia pouco tempo que eu havia assistido, na Terra ao seu enterro. Havia rezado diante de seu corpo exposto na Basílica de São Pedro e, agora, eu o tinha ali, junto de mim, podendo até tocar-lhe a batina branca como a própria pureza.
Mas aquilo tudo se passou muito rapidamente e deveríamos continuar nossa visita até a mansão divina onde morava o próprio Deus.
O anjo preparou o meu espírito, dizendo-me que eu ia ter a imensa felicidade, que só é dada às almas bem-aventuradas. E que, se eu tivesse algum pedido a fazer, fosse logo me preparando, porque diante de Deus só se podia falar muito pouco. No Céu não se fala. As almas se inter-compreendem por meio de um dom especial que lhes é concedido. Isso faz parte da felicidade eterna. Entretanto eu ia poder falar pelo simples motivo de ainda não ter morrido e estar ali como simples visitante.
Enquanto íamos caminhando, pisando num tapete de nuvens, concatenava meus pensamentos para fazer um pedido ao meu Criador. Mas, meu coração pulava tanto e uma ansiedade esquisita me apertava tanto a alma, que nem podia acertar com as palavras que eu haveria de dizer, quando estivesse diante de Deus. Por fim, paramos em frente a uma entrada defendida por vários anjos enfeitados de luz. Quando nos viram, ajoelharam-se todos.
Estes são os anjos que velam a presença eterna de Deus disse-me o querubim que me acompanhava.
E, apontando para um lugar vazio, entre eles, continuou:
Vês aquele lugar desocupado?
Vejo-o, sim.
Pois é o meu lugar. Dali saí, chamado por Deus, para trazer-te ao Céu, neste sonho, assim como te levei ao Purgatório, na semana passada.
Enquanto contemplava aquela imensa legião de anjos, vestidos com grandes túnicas, trazendo espadas de ouro flamejante nas mãos, todos de joelhos diante de nós, continuou o meu companheiro:
Nós aqui só nos ajoelhamos diante dos Sacerdotes e diante de Nossa Senhora.
E diante de Deus? perguntei.
Sim, diante de Deus, estamos todos de joelhos. Agora, dá sinal para que se levantem.
E, a um pequeno sinal que fiz com a mão, todos se levantaram.
Isso me deixava, cada vez mais, impressionado. Os Sacerdotes, no Céu, são tão reverenciados quase como o próprio Deus.
E agora, prepara-te para entrar! disse-me o anjo.
Com o coração ofegante e a alma transbordada de emoção, entrei nos aposentos sagrados de Deus Onipotente, o Criador do mundo.
Atônito, deslumbrado, fiquei caído diante da Majestade Divina, sem poder olhar direito aquele resplendor que me cercava de luz. Imóvel, sereno e sem mesmo bater os olhos, ali me deixei ficar, naquele silêncio feliz e tranqüilo que me fazia um bem imenso. Face a face, diante do meu Deus, vislumbrava o grande mistério da Santíssima Trindade, vendo ao mesmo tempo o Pai Eterno, o Filho Jesus Cristo, aquele de quem eu me tornara um representante e o Espírito Santo, inspirador dos meus bons pensamentos. E, enquanto os via assim, em três pessoas distintas, contemplava-as, por uma misteriosa intuição divina, como um só único Deus. Embevecido, maravilhado com aquela visão que eu nunca poderia descrever, perdi a noção do tempo, sentindo uma felicidade que não posso explicar em que consistia, pois era sentida, vivida por mim e não vista! Esqueci-me de tudo o que se passara antes, e até de mim próprio extasiado diante do meu Senhor. E só despertei desta entrega de mim próprio à felicidade que me inundava de satisfação e me enchia de amor, porque o meu companheiro celestial tocou, de leve, em meu ombro, fazendo-me compreender que estava na hora de sair. E, segredando-me ao ouvido, disse:
Faz um ano que estás aqui. Deves retornar à Terra para continuares o teu trabalho junto às almas que te foram confiadas.
E, numa pergunta meio aflita:
Já disseste o que tinhas a dizer?
Não, respondi. Ainda posso falar?
Podes, sim. Aproveita que vou esperar por ti aqui fora.
E retirou-se o anjo, sempre de joelhos, indo colocar-se no seu lugar, junto aos outros querubins e serafins assistentes de Deus.
Foi, então, que recebi uma graça especial e tive coragem de falar.
Meu Senhor e meu Deus! exclamei.
E uma voz maviosa como sussurro de brisa, tão terna, tão meiga que me encheu de coragem para continuar, respondeu:
Fala, servo bom e fiel!
Que doces palavras saídas da boca de Deus. Como me sentia feliz e animado naquela hora que eu desejaria nunca terminasse. Podia compreender, muito bem, toda a satisfação do Apóstolo São Pedro, quando pediu a Jesus para permanecer no monte da transfiguração, propondo-se fazer três tendas, três casas, para Jesus, Moisés e Elias.
Se eu pudesse, também, nunca sairia da presença de Deus e ficaria sempre a escutar a beleza divina de suas palavras de carinho, alentando-me a fazer o meu pedido.
Meu Senhor e meu Deus! continuei. Venho para Vos fazer um único pedido. Venho com a alma cheia de súplica, implorar de Vossa misericórdia perdão para os meus pecados. Se não sou um Sacerdote de acordo com o que deseja o Vosso coração, perdoai-me, Senhor, e ensinai-me a viver como desejais.
E aquela mesma voz suave e terna, deixou-me a brandura deste consolo, enchendo-me de indizível comoção e felicidade:
Sim, meu filho. Teus pecados serão perdoados, na medida do teu arrependimento. Receberás a graça deste arrependimento.
E, parando um instante, deixou que eu experimentasse daquela divina promessa. Por fim, voltou a falar.
Que mais desejas? Pede em nome de Jesus Cristo, de quem tu és um representante!
E pedi. Pedi aquilo que eu julgava imprescindível para o equilíbrio do mundo e para a subsistência da sociedade. Pedi, animado para receber, em nome de Jesus Cristo, o meu Senhor e Mestre. Pedi assim:
Ó Deus Onipotente, já que tenho a ventura de Vos poder falar, peço-Vos uma grande coisa. Suplico-Vos que não Vos esqueçais das mães de todo o
mundo. Das mães que me pedem para rezar por elas. Das mães que não sabem ser mães. Das mães que não cuidam de seus filhos. Das mães que escandalizam os filhos. Das mães que desrespeitam a maternidade. Das mães que não são verdadeiras mães. Das mães...
Ia eu assim entusiasmado, fazendo o meu grande e importante pedido a Deus, quando o anjo tocou no meu ombro, dizendo-me:
Deus tem outras coisas para resolver. Já faz mais de um ano que estás aqui, diante dele. Chegou a hora de regressares à Terra. E, mesmo, Deus não poderá atender a todos os seus pedidos sobre as mães. O mais necessário seria que elas, lá na Terra, empregassem os meios para conseguir a salvação. Mas, se não se convertem, se não procuram a Deus, não O podem encontrar. Bom seria se voltasse à Terra e tratasse de prepará-las com tuas pregações, para a grande missão da maternidade, para a sublime vocação de poder dar santos ao mundo.
E puxando-me, de pé:
Ergue-te, vamos, não vês que Deus não está mais aqui?
Verdade, sim. Deus não estava mais ali. E eu a querer continuar falando, pedindo, insistindo. Puro egoísmo de minha parte. Aproveitando-me da oportunidade para querer tudo de uma só vez. Sim, Deus não estava mais ali e fiquei sem saber como Ele havia recebido este outro meu pedido.
Acompanhei o meu guia até o portão de saída do Céu e ali me despedi, perguntando-lhe:
Virás ainda buscar-me para visitar o Inferno?
Sim, foi esta ordem que recebi de Deus.
Estremeci de susto.
E quando será?
BREVEMENTE! exclamou o mensageiro divino.
Nesta hora, despertei e sentei-me, imediatamente, na cama. Meu Deus, que teria sido isso? Um pesadelo? Um simples sonho? Um aviso de Deus?
Enquanto me preparava para celebrar a Santa Missa, pensava, unicamente, na resposta do anjo, avisando-me de que, brevemente, levar-me-ia a visitar o Inferno.
E pedi, com toda a alma, a Deus que me livrasse deste outro sonho!...

O SONHO DO INFERNO
Depois dos sonhos que eu tivera na semana passada e que foram, mais ou menos, contados nestas páginas, não tinha dúvidas de que o anjo me
apareceria, novamente, para levar-me ao Inferno. Os dois primeiros passeios que ele me proporcionou, até me alegraram bastante, sobretudo o do Céu. Mas, diante de sua promessa de levar-me ao Inferno, não tive mais tranqüilidade.
Entretanto, eu deveria visitar o lugar dos réprobos na condenação eterna, para examinar de perto, os horrores sofridos pelas almas condenadas, por causa de seus pecados cometidos na Terra. Fazia muitas noites que eu dormia sobressaltado. E pensava:
Meu Deus, será hoje que o sonho acontecerá?
E rezava, rezava muito, pedindo a Deus que me dispensasse de ver o sofrimento das almas no Inferno.
E alguns dias se passaram.
Mas, quando foi esta noite, sonhei, afinal...
Sonhei que o mesmo anjo, de fisionomia alegre e tão divina, que me havia levado ao Céu, e, antes, ao Purgatório, apresentava-se diante de mim, de semblante carregado e austero. Perguntei:
Por que estás tão sério?
O Inferno é tão horrível que mesmo os anjos de Deus se transformam quando têm de ir até lá, no cumprimento de alguma missão. Eu mesmo não desejava mostrá-lo a ninguém, mas esta é a terceira vez que estou encarregado de fazer.
Ora, pensei comigo mesmo:
Se este anjo que mora no Céu e pode tudo, não deseja ir ao Inferno, quanto mais eu!
E me lembro que, no sonho, me ajoelhava no chão e dizia ao anjo que eu também não queria ir, mas, se fosse da vontade de Deus, estava pronto. Apenas lhe pedia para ajudar-me a não ficar impressionado com o que tivesse de ver por lá.
Respondeu-me que Deus queria que eu observasse os horrores da condenação eterna, por causa da minha missão de Sacerdote, a fim de que pudesse pregar melhor contra o pecado.
E, dizendo-me estas palavras, segurou-me pela cintura e, de repente, encontramo-nos no espaço, voando por entre nuvens pesadas e ameaçadoras.
Tenho medo! exclamei.
E abracei-me com o meu protetor, cuja fisionomia cada vez mais se abatia. Notei, então, que, ao contrário das outras vezes, nós íamos descendo. E, aquela sensação desagradável de que ia levar uma grande queda, assustava-me a cada momento. Pensava, de instante em instante, que algum obstáculo se apresentasse diante de nós e meu coração estava tão pequeno como se fosse deixar de bater. Isso mais se acentuava quando entrávamos numa nuvem espessa, escura, aterradora. Tinha uma impressão horrível de que algo de extraordinário estava para acontecer e comecei a chorar.
O anjo abraçou-me com carinho e disse-me:
Nada temas. Estás com a minha assistência e tenho poderes de Deus para proteger-te.
E querendo distrair-me um pouco, acrescentou:
Olha para cima!
Foi então que, pela primeira vez observei a Terra distanciando-se de nós, perdida no espaço, a girar, vertiginosamente. E, à proporção que descíamos, ela se tornava cada vez menor.
Um vento quente, como se viesse de um forno, começou a soprar. Tinha os lábios ressequidos, os olhos inchados e as orelhas pegando fogo. Meu Deus, que será de mim? O anjo não falava. Estava sério e preocupado, continuando a segurar-me pela cintura. Aquele seu abraço era o único alívio que eu experimentava naquelas circunstâncias. E a certeza de que haveria de proteger-me, dava-me alento para continuar aquela misteriosa viagem.
Mais uns instantes e escutei uma voz que me pareceu tão soturna, tão cavernosa, como se fosse de assombração:
Estamos chegando!
Era o anjo a anunciar que estávamos próximos do grande portão do Inferno.
Por que a tua voz está diferente? perguntei.
É pura impressão respondeu ele. No Inferno é assim, as coisas são sempre muito pavorosas...
E aquela voz, antes tão macia e delicada, agora parecia um soluço do infinito.
Ali está o grande e amplo portão do Inferno!
E o anjo apontou-me para baixo, onde podia ver uma enorme lufada de fumaça negra, deixando transparecer, pelas frestas das imensas portas, um fogo aterrador, que parecia consumir tudo lá dentro.
Será que o fogo está destruindo o Inferno? perguntei.
Não! respondeu o anjo. O fogo do Inferno é eterno e não se acaba nunca. Nem tão pouco consome as almas que moram lá. Elas são queimadas, mas não destruídas!
Aproximávamo-nos cada vez mais do grande portão.
Agora diminuía a velocidade de nossa descida e podíamos ver, claramente, pelos buracos e trincaduras do portão, o fogo quente e voraz da infelicidade eterna.
Chegamos.
Aqui, tudo é fácil disse o anjo. Entra-se sem nenhuma complicação, é só fazer o sinal. Aliás, nem precisa, ali já estão eles a nos esperar. Pensam que somos condenados.
Olhei para um lado e deparei-me com mais de cem demônios ¾ espetáculo horrível, que eu nem queria descrever. Eram como grandes homens, de rabos e chifres, trazendo nas mãos, uns garfos enormes, tão quentes como se fossem de ferro incandescente. Quando abriam a boca, deixavam sair chamas de fogo por entre os dentes, e os olhos eram esbugalhados, quase saindo das órbitas. Seus braços eram alongados e as mãos pareciam tenazes segurando a terrível arma.
Agarrei-me, fortemente, ao meu companheiro, sentindo a quentura de uma daquelas feias bocas abertas junto do meu rosto, enquanto uma risada infernal, histérica, como de louco, fez-se ouvir pelas quebradas do Inferno. Parecia um trovão a ribombar pela eternidade.
Que é isso? perguntei, assustadíssimo.
É o sinal que eles dão, quando chegam almas para o seu reino. Esta risada horrível é a satisfação que eles sentem no seu passageiro triunfo contra Deus.
Enquanto assim me explicava, o anjo puxou a sua espada de ouro e apontou para os demônios acocorados diante de nós, exclamando:
Vim da parte de Deus. Ide-vos embora.
Ao escutarem o nome de Deus, os diabos sumiram-se, em dois tempos, com grande alarido e rinchos de revolta, deixando, cada um, após si,
um rastro de fogo, dando urros que estremeciam até os portões da infernal entrada.
Agora, estamos sós. Ninguém nos incomodará. Lê aquela inscrição.
Obedecendo à indicação do meu protetor, levantei os olhos para o alto da porta do Inferno e li estas palavras:
“Ó vós que aqui entrais, deixai de fora todas as vossas esperanças, porque nunca mais saireis daqui!”
Esta legenda era escrita em letras de fogo e só em pensar no destino dos condenados ao fogo eterno, estremeci de horror.
Vamos entrar? convidou-me o anjo.
Quando olhamos para o portão, vimos que estava completamente escancarado. Lá dentro, um quadro horrível apresentou-se aos meus olhos. Eram almas envolvidas em grandes fogueiras, cujas chamas lambiam, ameaçadoramente, as paredes do tétrico cárcere do Inferno. Fui me aproximando, devagar, completamente assombrado, daqueles infelizes que esbravejavam e rugiam como feras enraivecidas. Diante do meu espanto, disse-me o anjo:
Isso aqui não é nada. Estamos no primeiro grau da condenação eterna.
E marchando, mais rapidamente, exclamou:
Vem comigo.
Atravessamos um mar de fogo, onde os demônios histéricos davam risadas de loucos, abrindo aquelas enormes bocas junto de minha cara, deixando-me tremer de pavor. Um hálito quente saía de suas entranhas, vindo em borbotões de fumaça fétida, congestionar, ainda mais, os infelizes.
O anjo mostrou-me o departamento dos que ainda estavam esperando o grau de condenação que Lúcifer, o chefe do Inferno, lhes daria, dentro de poucos dias. Vi, nestas almas, a fisionomia apavorante do sofrimento. Ímpetos de revolta, num constante esbravejar de impropérios, saíam de suas bocas ardentes. Ali, ouvia-se choro e mais adiante, o desespero em uivos de rancor. Milhares de demônios luzidios, armados de aguçados garfos, empurravam estas almas para o interior de um escuro buraco, onde só havia pranto e ranger de dentes.
Fechei os olhos para não presenciar mais aquele doloroso espetáculo e fui amparado pelo meu amigo que aproximando-se de mim, confortou-me:
Deus quis que visses estas cenas, porém nada sofrerás.
Mas eu não suporto isso! exclamei.
E saímos, os dois, para um lugar mais calmo.
Quero mostrar-te os diversos castigos impostos às almas, de acordo com a qualidade dos pecados de cada criatura.
Neste momento, por nós, passaram dois diabos terríveis, dando risadas que mais pareciam ribombar de fortes trovões.
De onde vêm eles? perguntei.
Vêm da Terra. Foram buscar um moribundo que acaba de morrer. Não quis confessar-se e morreu em pecado.
E, apontando-me para a infeliz criatura, disse:
Vê quem era ele!
Quando me virei, deparei com um dos meus amigos que, realmente, estava doente na Terra. Quando me viu arregalou os olhos, rangeu os dentes e contorceu-se, convulsivamente, espojando-se no chão quente do Inferno, deixando-me a tremer de agonia e de medo.
Fiquei impressionado com a morte e a condenação do meu amigo. Se eu estivesse lá na Terra, teria conseguido confessá-lo.
Impossível! disse o anjo. Rejeitou a graça de Deus e foi desprezado aos seus próprios destinos.
Chegamos, finalmente, a um lugar descampado, onde o anjo mostrou-me várias espécies de sofrimentos.
À nossa passagem, rostos contorcidos pela amargura da dor pareciam querer nos devorar com os olhos. Braços descarnados pelo fogo se estendiam em nossa direção, como a pedir socorro que não podíamos dar. Comecei, de novo, a me sentir mal naquele ambiente de sofrimento e abracei-me com o anjo, chorando, convulsivamente.
Tens medo?
Tenho, sim. Sobretudo pena destas almas. E fico a pensar por que foi que se condenaram. De quem seria a culpa? Delas próprias?
Em tua pergunta leio teu pensamento... Sei o que queres dizer!...
Sim, querido anjo. Penso na grande responsabilidade dos Sacerdotes. Muitas se perdem por nossa negligência, não é verdade?
Verdade, pois não.
No Céu, não me quiseste mostrar o lugar de glória dos padres. Será que vais mostrar-me aqui o lugar de sua condenação?
Foi a ordem que recebi de Deus. Mostrar-te-ei o lugar onde ficam as almas dos padres que não se salvaram.
À proporção que marchávamos, o espetáculo de horror ia crescendo.
Disse-me o anjo:
Lembra-te que este sofrimento aqui é eterno. No Purgatório ainda há esperança da salvação. Mas aqui, tudo termina com a entrada do condenado nesta cidade maldita.
E voltando-se, rapidamente, para mim, acrescentou:
Mas, sabes qual é o maior sofrimento do Inferno? É a ausência de Deus. É saber-se que existe uma felicidade suprema, um lugar de tranqüilidade onde todos os nossos desejos são satisfeitos, um lugar de glória, onde não há dores nem lamentos, para o qual foram todos criados, sem se poder, nunca mais, sair daqui. E o pior ainda é que as almas condenadas sabem perfeitamente que estão aqui de livre e espontânea vontade. Deixar o Céu por este sofrimento eterno!
Então, a ausência de Deus ainda é pior do que isso?
É, sim. Este sofrimento é imposto pelo próprio pecado. Lembra-te, entretanto, que o homem foi feito para Deus, pois Deus é o seu fim último. E eles não possuirão a Deus! Ficarão sempre neste eterno desejo, nesta eterna insatisfação.
Íamos caminhando.
O anjo me mostrou uma grande quantidade de espinhos.
São almas explicou-me. É uma espécie de sofrimento. Queres ver?
E, aproximando-se dos galhos retorcidos no chão, apanhou um deles e partiu pelo meio.
Meu Deus, que vi?
O sangue escorrendo daquele galho partido, pingando no chão, um sangue quente, escuro, grosso, enquanto um gemido magoado e profundo parecia ser daqueles galhos recobertos de espinhos, movendo-se, misteriosamente, no chão.
Este é o sofrimento reservado às pessoas que, em vida, pecavam, humilhando e desprezando o próximo, disse o anjo.
E continuou sua apresentação, ao mesmo tempo que explicava os respectivos sofrimentos.
Vês este mar de lama?
Vejo, sim.
São almas transformadas em lama... Aqui no Inferno é assim que o pecado das baixezas, das hipocrisias e das traições é punido.
Vi, em seguida, um enorme tanque, contendo grande quantidade de chumbo derretido.
São as almas dos ambiciosos!
Mais adiante, aquele reservatório gigante de ouro incandescente:
As almas dos ricos e avarentos são castigadas aqui, sendo transformadas em ouro derretido.
Agora, vamos atravessando um rio de sangue.
São as almas dos assassinos!
Até que chegamos a um lugar esquisito, onde o anjo parou, dizendo-me que eu ia ver o que jamais pensara em ver!
É o lugar do mistério disse o anjo.
Que mistério?
Um lugar misterioso, diferente dos outros, onde estão as almas prediletas de Satanás...
As almas prediletas de Satanás? Quais são elas?
Prediletas de Satanás e de Deus também...
Eu estava ofegante, com a respiração em desespero, sem saber de que se tratava. Enquanto o anjo prosseguia na sua explicação.
Estas almas são as escolhidas por Deus para um lugar de destaque no Céu. Mas Satanás, com inveja, deseja-as mais que as outras e manda legiões de demônios para a Terra procurá-las. Eles têm ordem de Lúcifer de empregar todos os meios de perdê-las.
Mas, por que não me dizes de quem são estas almas?
Porque irás vê-las, dentro em pouco.
E, apontando-me para umas nuvens de fogo, mostrou-me alguns demônios que vinham em estertores medonhos, acompanhados pelas vociferações esbravejantes de uma alma que eu não podia saber quem era.
Que alma é esta? perguntei.
Pobre alma! exclamou o anjo. Alma querida de Deus, feita por Deus para salvar o mundo, para dar santos ao mundo e, agora, aqui ficará eternamente sem poder gozar da grande recompensa que Deus lhe havia reservado.
Querido anjo, dize-me, de quem se trata?
O seu lugar ficará sempre vazio no Céu. Jamais será ocupado por outra alma.
E os demônios passaram por nós, deixando-nos envolvidos na nuvem de fogo que os cercava, com sua preciosa presa.
Agora, irás saber de quem é esta alma. Eles vão abrir o cárcere destas infelizes criaturas. Ela ficará junto às outras companheiras de infortúnio eterno! Vê, estão abrindo a porta.
Meus olhos estavam pregados na grande porta, diante de nós. Meu coração pulsava tão forte, que não me sustentava em pé. Minhas pernas tremiam, eu estava tomado de grande pânico até que senti desfalecerem-me as forças. Segurei-me ao anjo, dizendo:
Vou desmaiar...
Não, disse o anjo. O poder de Deus dar-te-á força porque ainda verás outra coisa pior!
E, caído no chão quente do Inferno, aos pés do meu protetor, fui seguindo os movimentos dos demônios, abrindo aquele cárcere de mistério. Um estrondo medonho abalou toda aquela sala imensa, quando, afinal, as suas portas foram escancaradas.
Neste momento, levantando-me pelo braço, disse-me o anjo:
Vês as almas que estão lá dentro!
Olhei-as! Meu Deus, que aflição, que dor tão profunda feria todo o meu ser. Não posso acreditar no que vejo!
E, fitando aqueles animais horríveis, aquelas bestas horrorosas, em contorções e espasmos horripilantes, exclamou o anjo:
Aí estão elas! São elas, as almas de todas as mães que se condenaram. As almas prediletas de Deus, as almas queridas de Deus, aquelas por quem Deus tem mais predileção. Elas, as almas das infelizes mães que não souberam ser mães, que desprezaram o grande apanágio da maternidade, que se descuidaram dos filhos, deixando que muitos se perdessem por causa de sua negligência.
Eu olhava, atônito, aquele espetáculo tenebroso, em que asquerosos demônios, ameaçadores como cães enraivecidos, atiram-se sobre aquelas almas transformadas em bichos, como a querer devorá-las, espetando-as nas pontas de seus garfos incandescentes.
Pobres mães! pensei eu. É assim que elas, as descuidadas, são condenadas pelo descaso em que viveram. As mães, as que foram elevadas à mesma dignidade de Nossa Senhora, mas não quiseram escutar a voz de Deus que as chamou para desempenhar tão alta missão.
Enquanto estava eu assim, absorto em meus pensamentos, vi outra leva de diabos que arrastavam mais uma mãe que entrava na condenação eterna. Foi então que, levantando os olhos, pude ler, no teto daquele pavoroso cárcere, as seguintes palavras, como uma saudação macabra às mães que ali se encontravam.
“Eis as nossas colaboradoras, na grande obra da perdição do mundo!”
Vendo-me ler esta inscrição, atalhou o anjo.
Sim, porque se todas as mães fossem santas, piedosas e educassem, cristãmente, os seus filhos, o mundo não iria tão mal. Não haveria juventude transviada, nem veríamos na mocidade de hoje uma ameaça constante à subversão da ordem.
Quer dizer que a santidade do mundo é devida, exclusivamente, às mães? perguntei.
Exclusivamente, não respondeu o anjo.
E frisando bem as palavras, acrescentou:
Quase exclusivamente. Digo assim porque existe outra classe de pessoas a quem Deus confiou a salvação das almas e a santidade da vida.
Aos Sacerdotes? perguntei.
Sim. Deus confiou a salvação do mundo às mães e aos Sacerdotes. Por isso, reservou-lhe os melhores lugares no Céu, assim também como Lúcifer lhe reservou os maiores sofrimentos no Inferno.
E, numa pergunta que era um verdadeiro desafio a mim:
Queres ver onde estão as almas dos padres que não se salvam? Tens coragem?
Naquele momento, eu estava mudo de terror. Uma angústia esquisita apoderava-se de mim e eu sentia uma sensação de quem ia precipitar-se num abismo.
Se esta é a vontade de Deus exclamei desejo ver os meus irmãos no sacerdócio!
Pois nem é preciso sairmos daqui volveu o anjo. As mães e os padres estão num mesmo pé de igual sofrimento na eterna condenação. Vês aquela porta que está se abrindo!
Foi então que escutei o ranger dos gonzos que giravam sobre si mesmos, enquanto duas bandas de portas se abriam para dar passagem a mais um padre que ia chegando ao Inferno.
Quadro impressionante aquele que eu via neste sonho, que eu daria tudo para terminar o mais depressa possível. Via inúmeros corpos sem cabeças e sem pernas, só os troncos, movimentando-se de braços estendidos para um invisível, para algo que não estava ali.
É o desejo de possuírem Deus! explicou o anjo. Não têm pernas porque elas lhes foram dadas para que caminhassem pelo mundo, na faina gloriosa da pregação do Evangelho a todos os povos. Como empregaram suas caminhadas para o serviço do mal, aqui têm de mover-se sem pernas. E não têm cabeça, porque Deus lhes deu os olhos, os ouvidos, a boca, o nariz, o cérebro e o pensamento para serem aplicados na conquista das almas, no serviço de regeneração do mundo e na restauração do reino de Cristo. Por meio da palavra e do pensamento, os Sacerdotes deveriam santificar todos os homens. Como não realizaram esta vontade de Deus, apesar de terem sido chamados por Ele para tão nobre missão, no Inferno são punidos, separadamente: os corpos de um lado, como acabas de ver e as cabeças de outro, unidas às pernas, cousa monstruosa. Queres ver?
E conduziu-me o anjo a um lugar sombrio, onde a fumaça nos trazia um cheiro aborrecido de carne humana queimada. Fomos andando. De repente, avistei horríveis monstrengos. Eram cabeças em que se viam olhos esbugalhados e bocas desmedidamente abertas, querendo pronunciar palavras que não saiam. Imediatamente, ligadas a estas cabeças, duas pernas que se
movimentavam, sem saírem do lugar. E mais os demônios que se divertiam com a posição aleijada daqueles monstros, envolvidos em labaredas a devorá-los, queimá-los enquanto uns grunhidos de animais amordaçados se faziam ouvir naquela sala fétida e congestionada. Foi o lugar mais quente que encontramos no Inferno.
E pensar disse o anjo que estas almas são irmãs de Cristo, são outros Cristos. E pensar que, no Céu, as almas dos Sacerdotes são mais reverenciadas do que Nossa Senhora, a Mãe do próprio Deus. E pensar que no Céu, os Sacerdotes vivem juntos de Deus, gozando de sua mesma glória, porque a eles foi confiada a continuação da grande obra da redenção do gênero humano. Aqui estão eles, os Sacerdotes que se condenaram!...
De repente, um descomunal demônio, perto de mim, tocou uma trombeta.
Vejamos o que vai Lúcifer dizer observou o anjo. Deve ser alguma ordem que vai dar.
Ao escutarem o som daquela estridente trombeta, que retumbou em todo o Inferno, milhares de demônios ali se apresentaram, dentro de poucos instantes e, conforme predissera o meu protetor, ouvimos o demônio chefe daquele bando, dar as seguintes instruções:
Soube a potestade máxima que comanda a todos os demônios do Inferno que há, na Terra, um menino de doze anos, que será santo, se continuar no caminho em que vai. Não poderemos mais conceder nenhum triunfo desta natureza a este... (e aquele demônio não pronunciou o nome de Deus, mas todos entenderam, com um urro apavorante que rolou pelo espaço sem fim do Inferno). Temos de conquistar aquela alma continuou Satanás para nós, para Lúcifer, para nosso fogo! (Nesta hora, ouviu-se uma risada frenética, traduzindo a satisfação infernal daqueles diabos). Nosso trabalho prosseguiu o demônio será o de fazer aquele menino comprar muitas revistas maliciosas, ir a todas as sessões de cinemas, assistir a todas as novelas de televisão, ver todos os programas, arranjar amizades com elementos que já são nossos. Ele deverá desobedecer, muitas vezes, à sua mãe, fugir de casa e andar pelas ruas aprendendo o que ainda não sabe. Temos que fazer, também, um servicinho junto à sua mãe que é muito piedosa. Ela deverá arranjar festas para freqüentar, a fim de deixar o garoto mais à vontade. Temos que empregar todos os meios para que este menino se perca, pois está escrito que deverá morrer brevemente, por causa de uma operação a que se vai submeter, dentro de poucos dias. (Nova risada histérica estrondou por todo o Inferno!). Aquele menino deve perder-se disse o demônio esta será a nossa mais importante conquista. Ordeno, em nome de Lúcifer, que saiam todos vocês (e eram milhares os que ali estavam) para a Terra, imediatamente. Onde houver, naquela rua, um menino do nosso bando, procurem fazê-lo amigo do que queremos para nós, empregando para isso, todos os meios. Vejam que a melhor maneira de arrancá-lo de sua casa, será fazer com
que alguém lhe dê uma bola, a fim de que ele se junte aos meninos de sua rua, que já são nossos, para jogar futebol, onde eles aprendem toda sorte de palavrões e imoralidades. Lá é que deverão ficar vocês, no meio destes meninos de rua, soltos, sem mães, isto é, cujas mães também são nossas, para que se perca esta presa do nosso inimigo comum... (Novo estrondo, com faíscas e trovões!).
Neste ponto, acordei, graças a Deus.
Sentei-me, rapidamente na cama. Já era de manhãzinha, e o sol ia nascendo. Estava tonto de agonia, apavorado com o sonho, verdadeiro pesadelo. Ajoelhei-me e rezei. Rezei muito a Deus, uma oração que somente eu sei rezar, pedindo-lhe, por tudo, para livrar-me destes pesadelos.
Depois, à proporção que ia acalmando, lembrei-me que deveria rezar uma Missa e deveria ser a deste dia mesmo pela intenção daquele menino, que eu não sabia quem era, mas Deus bem o sabia. Celebraria Missa por aquela criança e pela sua mãe, pedindo a Deus que lhes dessem forças para não sucumbirem às tentações dos milhares de demônios que tinham partido do Inferno, para tentá-los aqui na Terra.
E fui celebrar a minha Missa.
Quando cheguei à sacristia, uma senhora, muito minha amiga, aproximou-se de mim e disse:
Padre, hoje é o aniversário de meu filho, Roberto, seu aluno. Vim perguntar-lhe se não seria possível o Sr. celebrar essa Missa por ele. Está precisando muito de orações. Ultimamente, tem me desobedecido várias vezes. Arranjou umas amizades em minha rua, com as quais não estou satisfeita. Inventou um futebol, na esquina, juntando-se a uma meia dúzia de garotos muitos sabidos e tenho notado grande transformação nele, nestes últimos tempos. Na semana passada, começou a sentir umas dores na perna direita. Levei-o ao médico que constatou uma hérnia, já adiantada. Tem que se operar. Vou aguardar férias, já falei com o operador. Hoje é o aniversário dele. O Sr. pode celebrar Missa em sua intenção?
E eu, olhar meditativo, vago, impressionado, abri os lábios e balbuciei:
Pois não... minha senhora... Vou celebrar por ele...
E vendo a minha confusão, minhas palavras entrecortadas, perguntou a senhora:
Padre, o Sr. está doente?
Ao que respondi:
Estou, minha senhora. Estou adoentado... Mas, fique tranqüila que rezarei Missa pelo seu filho, por meu aluno Roberto, e ele voltará a ser o que sempre foi: um filho piedoso, obediente e santo!

ORAÇÃO
Ó meu bom Deus! Que sois todo amor, eu vos dou graças pelo dom da fé, vos dou graças por Sua Santa Igreja, vos dou graças por ser católico, vos dou graças pela esperança do Céu, vos dou graças pela Escola de Amor que é o Purgatório para nos preparar melhor para as delícias do Céu e vos peço, tende misericórdia dos pecadores e concedei à Tua Igreja um profundo amor às almas para que testemunhem o Seu Evangelho com a palavra e a vida! Amém!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Maria Santissima Explica o Apocalipse!




Caros Amigos leitores do Blog Filhos prediletos de Maria, 
Estas mensagens que seguem abaixo, foram recebidas pelo Padre Stefano Gobbi, falecido a 30 de Junho de 2011, através de Locução Interior". São de extrema importância para a compreenção dos tempos em que vivemos. Durante mais de 20 anos Padre Gobbi recebeu essas mensagens de Nossa Senhora e as escreveu em um Livro.
Um Livro claro, objetivo e um dos poucos se não for o unico do gênero com Imprimatur e autorização Eclesiastica.

 




A marca sobre a fronte e sobre a mão.

Confira Apocalipse 7,1-4; 13,11-18; e Ezequiel 9, 1ss.
  Hoje é a festa do nascimento da vossa Mãe Celeste (08/09), meus prediletos e filhos consagrados ao meu Coração Imaculado. Vivei na alegria e na paz, no silêncio e na oração, na confiança e no filial abandono.
Vós sois as pequeninas crianças da Vossa Mãe Menina. Vós sois parte da minha progênie e ponto de força do meu desígnio vitorioso. Vós formais uma coroa preciosa de pureza, de amor e de humildade em torno do berço no qual eu fui colocada. Deixai-vos nutrir e formar por mim; deixai-vos conduzir por mim com docilidade; deixai-vos marcar por mim com o meu materno sinete. Estes são os tempos nos quais os partidários daquele que se opõe a Cristo são assinalados com sua marca sobre a fronte e sobre a mão. A marca sobre a fronte e sobre a mão é expressão de total dependência daquele que é significado por este sinal. O sinal indica aquele que é o inimigo de Cristo, isto é, o anticristo, e a sua marca que vem impressa, significa o completo pertencer da pessoa assinalada ao exército daquele que se opõe a Cristo e luta conta o seu divino e real domínio.
A marca é impressa sobre a  fronte e sobre a mão. A fronte indica a inteligência, porque a mente é a sede da razão humana. A mão exprime a atividade humana, porque é com as suas mãos que o homem opera e trabalha. Portanto, é a pessoa que está assinalada com a marca do Anticristo na sua inteligência e na sua vontade. Quem se deixa assinalar com a marca sobre a fronte é levado a acolher a doutrina da negação a Deus, da recusa da sua lei, do ateísmo que, nestes tempos, é cada vez mais difundido e propagado. É, assim, impelido a seguir as ideologias hoje em moda e a fazer-se propagador de todos os erros. Quem se deixa assinalar com a marca sobre a mão é obrigado a agir de maneira autônoma e independente de Deus, ordenando a própria atividade à procura de um bem só material e terreno. Assim, subtrai a sua ação ao desígnio do Pai, que quer iluminá-la e sustentá-la com a sua divina providência; ao amor do Filho que torna a fadiga humana um meio precioso para a sua própria redenção e santificação; ao poder do Espírito Santo que age em toda a parte para renovar interiormente cada criatura. Aquele que é assinalado com a marca sobre a mão trabalha só para si próprio, para cumular bens materiais, faz do dinheiro o seu deus e torna-se vítima do materialismo. Quem é assinalado com a marca sobre a mão age só para satisfação dos próprios sentidos, para procurar o bem estar e o prazer, para dar plena satisfação a todas as suas paixões, especialmente a da impureza, e torna-se vítima do hedonismo. Quem é assinalado com a marca sobre a mão faz do próprio EU o centro de todo o seu agir, olha os outros como objeto para usar e para desfrutar para o proveito próprio e torna-se vítima do egoísmo desenfreado e da falta de amor.
Se o meu adversário assinala, com a sua marca, todos os seus seguidores, chegou o tempo no qual também Eu, vossa Celeste Comandante, assinalo com o meu sinete materno, todos aqueles que são consagrados ao meu Coração Imaculado e fazem parte do meu exército. Imprimo sobre a vossa fronte o meu sinete com o Sinal Santíssimo da Cruz de meu Filho Jesus. Assim, abro a inteligência humana a acolher a sua divina Palavra, a amá-la, a vivê-la, vos levo a entregar-vos completamente a Jesus que vo-la revelou e vos tornou hoje corajosas testemunhas de fé. Aos assinalados na fronte com a marca blasfema, Eu contraponho os meus filhos assinalados com a Cruz de Jesus Cristo. Depois ordeno toda a vossa atividade à perfeita glorificação da SS. Trindade. Para isso imprimo sobre a vossa mão o meu sinete que é o sinal do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Com o sinal do Pai, a vossa atividade humana é ordenada para uma perfeita cooperação ao desígnio de sua divina providência que ainda hoje dispõe todas as coisas para o vosso bem. Com o Sinal do Filho, toda a vossa ação é inserida profundamente, no mistério de sua divina redenção. Com o sinal do Espírito Santo, todo o vosso agir se abre à sua poderosa força de santificação, que sopra em toda parte como um fogo potente para renovar todo o mundo desde os fundamentos. Meus filhos prediletos, deixai-vos todos ser assinalados sobre a fronte e sobre a mão com o meu materno sinete, neste dia em que, recolhidos com amor ao redor de meu berço, celebrais a festa do nascimento terreno da vossa mãe Celeste.
Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi, em 8 de setembro de 1989.


As duas asas da Grande Águia

Confira apocalipse 12,13-17
“Meus filhos prediletos, hoje me venerais de maneira especial, no primeiro sábado deste mês de maio, que é por vós particularmente dedicado a mim. Reuni-vos em Cenáculos de fraternidade e oração com a vossa Mãe Celeste. Quanto conforto dais a minha profunda     dor; quanta alegria trazeis ao meu Coração Imaculado! Porque, por meio de vós que me respondentes, a devoção para comigo já está reflorescendo em toda a Igreja. Assim eu posso exercer, nesses vossos tempos, o grande poder que me foi dado pela Santíssima Trindade, para tornar inofensivo o ataque que o meu adversário, o dragão vermelho, desencadeou contra mim, vomitando de sua boa um rio de água para me submergir. O rio de água é formado pelo conjunto de todas as novas doutrinas teológicas, que tentaram obscurecer a figura da vossa Mãe Celeste, negar os meus privilégios, redimensionar a devoção para comigo, e por em ridículo todos os meus devotos. Por causa destes ataques do dragão, nestes anos, a piedade para comigo foi diminuindo entre muitos fiéis e, em alguns lugares, desapareceu completamente. Mas em socorro de vossa Mãe Celeste vieram as duas asas da grande águia. A grande águia é a palavra de Deus, sobretudo a palavra contida no Evangelho do meu Filho Jesus. Entre os quatro Evangelhos, a águia indica o de São João, porque é o que voa mais alto de todos, entra no próprio Coração da Santíssima Trindade, afirmando, com força, a divindade,a eternidade e a consubstancialidade do Verbo e a divindade de Jesus Cristo. As duas asas da águia são a palavra de Deus acolhida, amada e guardada com a fé e a palavra de Deus vivida com a Graça e a Caridade. As duas asas da fé e da caridade – isto é, da Palavra de Deus por mim acolhida e vivida – permitiram-me voar acima do rio de água de todos os ataques movidos contra mim, porque manifestaram ao mundo a minha verdadeira grandeza. Em seguida procurei o meu refugio no deserto. O deserto no qual estabeleci a minha habitual morada, é formado pelo coração e pela alma de todos os filhos que me acolhem, me escutam, entregam-se completamente a mim e consagram-se ao meu Coração Imaculado. No deserto no qual me encontro, hoje, eu opero os meus maiores prodígios. Opero-os no coração e na alma, isto é, na vida de todas as minhas crianças pequeninas. Assim, conduzo-os a seguir-me pela estrada da fé e da caridade, fazendo-os acolher, amar e guardar a palavra de Deus e ajudando-os a vivê-la todos os dias com coerência e com coragem. No silêncio e no escondimento, isto é, no deserto no qual me encontro, opero fortemente para que os filhos a mim consagrados, creiam hoje no Evangelho, deixem-se guiar somente pela sabedoria do Evangelho, sejam sempre Evangelho vivido. Eis a missão que eu preparei para o exército, que formei em toda parte do mundo, com o meu Movimento Sacerdotal Mariano: Deixar-se transportar comigo sobre as duas asas da grande águia, isto é, da fé e da caridade, acolhendo com amor e vivendo, nesses vossos tempos, somente a plavra de Deus. Os grandes prodígios que eu hoje realizo, no deserto onde me encontro, são os de transformar completamente a vida dos meus pequenos filhos para que se tornem corajosas testemunhas de fé e luminosos exemplos de santidade. Desta maneira no silêncio e no escondimento, todos os dias preparo a minha grande vitória sobre o dragão, no triunfo do meu Coração Imaculado no mundo.
 Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi em 6 de maio de 1989.


O enorme dragão vermelho

Confira Apocalipse 12, 1-12      

       “Hoje, filhos prediletos, adorais e invocais o Espírito Santo, que no Pentecostes desceu sobre os apóstolos e os discípulos reunidos comigo no cenáculo de Jerusalém. Vós o invocais ainda nesses vossos tempos, com confiança e perseverança, reunidos comigo em cenáculos de oração, que já se difundiram em todas as partes da terra. Com o meu Movimento Sacerdotal Mariano convido hoje todos os filhos da Igreja a reunirem-se em cenáculo perene de oração comigo, vossa Mãe Celeste. Convido todos os bispos, os sacerdotes, os religiosos e os fiéis. O meu Coração Imaculado é o local deste novo, espiritual e universal cenáculo. Deveis entrar nele com o vosso ato de consagração, que vos entrega a mim para sempre, a fim de que eu possa unir a minha voz às vossas no invocar sobre a Igreja e toda a humanidade o dom de um segundo Pentecostes.

       Só o Espírito do Senhor pode reconduzir a humanidade à perfeita glorificação de Deus. Só o Espírito do Senhor pode renovar a Igreja com o esplendor da sua unidade e da sua santidade. Só o Espírito do Senhor pode vencer a potência e a força vitoriosa do enorme dragão vermelho, que, nesse vosso século, se desencadeou por toda a parte, de maneira terrível, para seduzir e enganar toda a humanidade. O enorme dragão vermelho é o comunismo ateu que difundiu em toda a parte o erro da negação e da obstinada recusa a Deus. O enorme dragão vermelho é o ateísmo marxista, que se apresenta com 10 chifres, isto é, com a potência de seus meios de comunicação, para conduzir a humanidade a desobedecer aos 10 Mandamentos de Deus, e com 7 cabeças, tendo sobre cada uma delas um diadema, sinal de poder e realeza.

       As cabeças coroadas indicam as nações nas quais o comunismo ateu se estabeleceu e domina com a força do seu poder ideológico, político e militar. A enormidade do dragão manifesta claramente a vastidão das terras ocupadas pelo domínio incontrastado do ateísmo comunista. A sua cor é vermelha, porque usa a guerra e o sangue como instrumento de suas numerosas conquistas. O enorme dragão vermelho conseguiu, nestes anos, conquistar a humanidade com o erro do ateísmo teórico ou prático, que já seduziu todas as nações da terra. Conseguiu, assim, construir uma nova civilização sem Deus, materialista, egoísta, hedonista, árida e fria, que traz em si o germe da corrupção e da morte. O enorme dragão vermelho tem a missão diabólica de subtrair toda a humanidade do domínio de Deus, da glorificação da Santíssima Trindade da plena atuação do desígnio do Pai que, por meio do Filho a criou para Sua glória.

       O Senhor me revestiu da Sua luz e o Espírito Santo me revestiu da Sua potência. assim, Eu apareço como um grande sinal no céu, Mulher vestida de sol, porque tenho a missão de subtrair a humanidade do domínio do enorme dragão vermelho e reconduzi-la à perfeita glorificação da Santíssima Trindade. Por isso, Eu formo, para mim, o exército dos meus filhos mais pequeninos, em todas as partes do mundo, e peço-lhes que se consagrem ao meu Coração Imaculado. Assim, os conduzo a viver somente para a glória de Deus, por meio da fé e da caridade, e os cultivo, Eu mesma, zelosamente, no meu celeste jardim.

       Então, todos os dias eu me apresento diante do trono do meu Senhor numa atitude de profunda adoração, abro a porta de ouro do meu Coração Imaculado e ofereço nos meus braços todos esses meus filhos dizendo: - Santíssima e Divina Trindade, no momento da vossa universal negação, Eu vos apresento a homenagem da minha materna reparação, por meio de todos esses meus pequeninos que cada dia formo para a vossa maior glorificação. Assim, ainda hoje, o Senhor, da boca das crianças e dos bebês que ainda mamam, recebe o seu louvor perfeito”.

 Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi, em 14 de maio de 1989.


Uma coroa de 12 estrelas 

Cfe. Apocalipse 12,1

        “Filhos prediletos, olhai hoje para a candura da vossa Mãe Celeste. Sou a Imaculada Conceição. Sou a única criatura isenta de toda a mancha de pecado, mesmo do original. Sou toda bela, “tota pulchra”. Deixai-vos envolver pelo meu manto de beleza para que também vós sejais iluminados pela minha candura de céu, pela minha luz imaculada. Sou toda bela porque fui chamada a ser a Mãe do Filho de Deus e a formar o rebento virginal, do qual deve desabrochar a flor divina. Por isso o meu desígnio se insere no próprio mistério da salvação.

       No princípio sou anunciada como inimiga de satanás, aquela que obterá sobre ele a completa vitória: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela; Ela te esmagará a cabeça, enquanto tentarás morder o seu calcanhar. No fim sou vista como a Mulher revestida de sol que tem a missão de combater o dragão vermelho e o seu poderoso exército, para vencê-lo, para amarrá-lo e precipitá-lo no seu reino de morte, para que no mundo possa reinar somente Cristo.

       Eis que então sou apresentada pela Sagrada Escritura no fulgor da minha materna realeza. E um outro sinal aparece no céu: Uma mulher vestida de sol com uma lua a seus pés e sobre a cabeça uma coroa de 12 estrelas. A coroa é o sinal da realeza. Ela é composta de 12 estrelas, porque o símbolo vem da minha presença régia e materna no próprio coração do povo de Deus.

       As 12 estrelas indicam as 12 tribos de Israel, que formam o povo eleito, escolhido e chamado pelo Senhor para preparar a vinda ao mundo do Filho de Deus e do Redentor. Porque eu sou chamada a tornar-me a Mãe do Messias, o meu desígnio é o de ser o cumprimento das promessas, o germe virginal, a honra e a glória de todo o povo de Israel. De fato a Igreja me exalta com estas palavras: Tu, glória de Jerusalém; Tu, alegria de Israel; Tu honra do nosso povo.Por isto as tribos de Israel formam 12 pedras preciosas do diadema que circunda a minha cabeça para indicar a função de minha realeza materna.

       As 12 estrelas significam também os 12 Apóstolos que são o fundamento sobre o qual Cristo fundou a sua Igreja. Encontrei-me frequentemente com eles, para encorajá-los a seguirem e crerem em Jesus, durante os três anos da Sua missão pública.

       No seu lugar, junto com João, eu estava aos pés da Cruz, no momento da crucifixão, da agonia e da morte do meu filho Jesus. Com eles participei da alegria da sua Ressurreição, junto a eles, recolhidos em oração, assisti ao glorioso momento do Pentecostes.

      Durante a minha existência terrena permaneci junto deles com a minha oração e a minha presença materna para ajudá-los, formá-los , encorajá-los e sustentá-los a beber o cálice que lhes fora preparado pelo Pai Celeste. Assim, sou Mãe e Rainha dos Apóstolos que, em torno da minha cabeça, formam 12 estrelas luminosas da minha realeza materna. Sou Mãe e Rainha de toda a Igreja.

       As 12 estrelas significam também uma nova realidade. O Apocalipse me vê de fato como um grande sinal no céu: A Mulher vestida de sol que combate o dragão vermelho e o seu poderoso exército do mal. Então, as estrelas em torno da minha cabeça, indicam aqueles que se consagram ao meu Coração Imaculado, fazem parte do meu exército vitorioso, deixam-se guiar por mim para combater esta batalha e para no final obter a nossa maior vitória.

      Desta forma todos os meus prediletos e filhos consagrados ao meu Coração Imaculado, chamados a serem hoje os apóstolos dos últimos tempos, são as estrelas mais luminosas da minha coroa real. As 12 estrelas formam a coroa luminosa da minha materna realeza, são constituídas pelas 12 tribos de Israel, pelos Apóstolos e pelos apóstolos destes vossos últimos tempos.

     Então, na festa da minha Imaculada Conceição, chamo a todos vós a fazer parte preciosa da minha coroa e a tornar-vos as estrelas brilhantes que difundem em toda a parte do mundo, a luz, a graça, a santidade, a beleza e a glória da vossa Mãe Celeste.

 Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Gobbi, em 24 de dezembro de 1989.

A besta semelhante a uma pantera

Nesta terrível luta sai do mar uma besta semelhante a uma pantera.
 
Cfe. Apocalipse 13,1-10

       “Filhos prediletos, hoje vos reunis nos cenáculos de oração, para celebrar a festa do Coração Imaculado da vossa Mãe Celeste”. Eu vos chamei de todas as partes do mundo para consagrar-vos ao meu Coração Imaculado e vós respondentes com amor filial e com generosidade.

       Já formei para mim, o meu exército, com os filhos que acolheram o meu convite e escutaram a minha voz. Chegou o tempo em que o meu Coração Imaculado deve ser glorificado pela Igreja e por toda a humanidade. Porque, nestes tempos de apostasia, da purificação e da grande tribulação o meu Coração Imaculado é o único refúgio e o caminho que vos conduz ao Deus da salvação e da paz. Sobretudo, o meu Coração Imaculado torna-se hoje o sinal da minha segura vitória, na grande luta que se combate entre os seguidores do enorme dragão vermelho e os seguidores da Mulher vestida de sol.

       Nesta terrível luta sai do mar, para ajudar o dragão, uma besta semelhante a uma pantera. Se o dragão vermelho é o ateísmo marxista, a besta negra é a maçonaria. O dragão se manifesta no vigor de sua potência; a besta negra ao contrário, age na sombra, se esconde, se oculta, de modo a entrar em toda a parte. Ela tem as patas de urso e a boca de um leão, porque opera em todo o lugar coma astúcia e com os meios de comunicação social, isto é, da propaganda. As sete cabeças indicam as várias lojas maçônicas, que agem em toda a parte de maneira traiçoeira e perigosa. Esta besta negra tem dez chifres e sobre os chifres dez diademas, que são sinal de domínio e de realeza.

        A maçonaria domina e governa todo o mundo por meio dos dez chifres. O chifre, no mundo bíblico, foi sempre um instrumento de amplificação, um modo de fazer a própria voz ser ouvida mais alto, um forte meio de comunicação. Por isso, Deus comunicou a sua vontade ao seu povo por meio dos dez chifres que tornaram sua lei conhecida: os dez Mandamentos. Quem os acolhe e os observa caminha na vida sobre a estrada da vontade divina, da alegria e da paz. Quem faz a vontade do Pai, acolhe a palavra do Filho e participa da redenção consumada por Ele. Jesus dá às almas, a própria vida divina, através da graça, que ele nos mereceu com o seu sacrifício consumado no Calvário. A graça da redenção é comunicada por meio dos sete sacramentos. Com a graça inserem-se na alma germes de vida sobrenatural que são as virtudes. Entre essas as três mais importantes são as três virtudes teologais e as quatro cardeais: fé, esperança, caridade, prudência, fortaleza, justiça e temperança. Ao sol divino dos sete dons do Espírito Santo, estas virtudes germinam, crescem se desenvolvem cada vez mais.

        E assim conduzem as almas pelo caminho luminoso do amor e da santidade. A tarefa da besta negra, isto é, da maçonaria, é a de combater de forma traiçoeira, mas tenaz, para impedir as almas de percorrer esta estrada, indicada pelo Pai e pelo Filho e iluminada pelos dons do Espírito. De fato, se o dragão vermelho age para levar toda a humanidade a desprezar a Deus, à negação a Deus e, portanto difunde o erro do ateísmo, o intuito da maçonaria não é o de negar a Deus, mas de blasfemá-Lo. A besta abre a boca para proferir blasfêmias contra Deus, para blasfemar o seu nome a sua morada, contra todos os que habitam no céu. A blasfêmia maior de todas é a de negar o culto devido só a Deus para dá-lo às criaturas e ao próprio satanás. Eis porque, nestes tempos, por trás da perversa ação da maçonaria difundem-se, por toda a parte, as missas negras e o culto satânico. Além disso, a maçonaria age, com todos os meios, para impedir que as almas se salvem e assim quer tornar vã a obra da Redenção consumada por Cristo. Se o Senhor comunicou a sua lei com os dez Mandamentos, a maçonaria difunde por toda a parte, com a potência dos seus dez chifres, uma lei que é completamente oposta à de Deus. Ao mandamento do Senhor: - “Não terás outro Deus além de mim” – ela constrói outros falsos ídolos, diante dos quais hoje muitos se prostram em adoração. Ao mandamento: - “Não nominar o nome de Deus em vão” – ela se opõe blasfemando Deus e o seu Cristo, de tantos modos enganosos e diabólicos, até a reduzir o seu nome a uma marca comercial indecorosa e a fazer filmes sacrílegos sobre sua vida e sobre sua divina pessoa. Ao mandamento: - “Lembra-te de santificar as festas” – ela transformado o domingo em “weekend”, no dia do esporte, das corridas, dos divertimentos. Ao mandamento: - “Honrar pai e mãe”- ela contrapõe um novo modelo de família fundado sobre a convivência, até mesmo entre os homossexuais. Ao mandamento: - “não cometer atos impuros” – ela justifica, exalta e faz propaganda de todas as formas de impureza, até a justificação de atos contra a natureza. Ao mandamento: - “Não matar” – ela conseguiu legitimar, em toda a parte, o aborto, a fazer acolher a eutanásia, fazer quase desaparecer o respeito devido ao valor da vida humana. Ao mandamento: - “Não roubar” – ela trabalha para que cada vez mais se difundam os furtos, a violência, os seqüestros e os roubos. Ao mandamento: - “Não levantar falso testemunho” – ela age para que se propague cada vez mais a lei do engano, da mentira, da falsidade. Ao mandamento; - “Não desejar as coisas e a mulher do próximo” – age para corromper profundamente a consciência, enganando a mente e o coração do homem. Desta maneira as almas são incitadas no caminho perverso e mau da desobediência à lei do Senhor, são submersas no pecado e assim são impedidas de receber o dom da graça e da vida de Deus. Às sete virtudes teologais e cardeais, que são o fruto de viver na graça de Deus, a maçonaria opõe a difusão dos sete vícios capitais, que são o fruto do viver habitualmente em estado de pecado. À fé ela opõe a soberba; à esperança a luxúria, à caridade a avareza; à prudência a ira; à fortaleza a preguiça; à justiça a inveja; à temperança a gula. Aquele que se torna vítima dos sete vícios capitais é gradualmente conduzido a tirar de Deus o culto que somente a ele é devido, para dá-lo a falsas divindades, que são a própria personificação de todos esses vícios. E nisto consiste a maior e a mais horrível blasfêmia. Eis porque sobre cada cabeça da besta está escrito um título blasfemo. Cada loja maçônica tem a tarefa de fazer adorar uma divindade diferente. A primeira cabeça leva o título blasfemo da soberba, que se opõe à virtude da fé, e conduz a prestar o culto ao deus da razão humana e do orgulho, da técnica e do progresso. A segunda cabeça leva o título blasfemo da luxúria, que se opõe à virtude da esperança, e conduz a prestar o culto ao deus da sensualidade e da impureza. A terceira cabeça leva o título blasfemo da avareza, que se opõe à virtude da caridade, difundindo em toda a parte o culto ao deus do dinheiro. A quarta cabeça leva o título blasfemo da ira, que se opõe a virtude da prudência, e conduz a prestar culto ao deus da discórdia e divisão. A quinta cabeça leva o título blasfemo da preguiça, que se opõe à virtude da fortaleza, difundindo o culto ao ídolo do medo, da opinião pública e da exploração. A sexta cabeça leva o título blasfemo da inveja, que se opõe à virtude da justiça, e leva a prestar culto ao ídolo da violência e da guerra. A sétima cabeça leva o título blasfemo da gula, que se opõe a virtude da temperança, e conduz a prestar o culto ao ídolo tão exaltado do hedonismo, do materialismo e do prazer. A tarefa das lojas maçônicas é a de operar hoje, com grande astúcia, para levar por toda parte a humanidade a desprezar a santa lei de Deus, a operar em aberta oposição aos dez mandamentos, a subtrair o culto devido ao único Deus, para dá-la a falsos ídolos, que são exaltados e adorados por um número cada vez maior de homens: a razão, a carne, o dinheiro, a discórdia, o domínio, a violência e o prazer.

            Assim as almas são precipitadas na tenebrosa escravidão do mal, do vício e do pecado, e, no momento da morte e do juízo de Deus, no pântano do fogo eterno que é o inferno. Agora compreendeis como, nestes tempos, contra o terrível e insidioso ataque da besta negra, isto é, da maçonaria, o meu coração imaculado se torna o vosso refúgio e a estrada segura que vos leva a Deus. No meu coração imaculado se delineia a tática usada por vossa mãe celeste para contra-atacar e vencer a enganosa trama usada pela besta negra. Poe isso, formo todos os meus filhos a observar os dez mandamentos de Deus; a viver à letra o evangelho; a usar com freqüência os sacramentos, especialmente os da penitência e Comunhão Eucarística, como ajuda necessária para conservar-se na graça de Deus; a exercitar de maneira forte as virtudes, caminhar sempre na estrada do bem, do amor, da pureza e da santidade. Assim sirvo-me de vós, meus pequenos filhos que a mim vos consagrastes para desmascarar todas essas insídias enganosas que a besta negra vos prepara e tornar enfim vão o grande ataque que a maçonaria desfechou hoje contra Cristo e a sua Igreja. “E por fim, sobretudo na sua maior derrota, aparecerá, em todo o seu esplendor, o triunfo do meu Coração Imaculado no mundo”.

 Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi, em 3 de junho de 1989

A besta semelhante a um cordeiro

O cordeiro, na Sagrada Escritura, sempre foi o símbolo do sacrifício.
 
Confira Apocalipse 13,11ss

 – “Filhos prediletos, recordais hoje a minha segunda aparição, ocorrida na pobre Cova da Iria em Fátima, em 1º de junho de 1917. Já desde então eu vos predisse o que estais vivendo nestes tempos. Anunciei-vos a grande luta entre Mim, mulher vestida de sol, e o enorme dragão vermelho,que levou a humanidade a viver sem Deus. Eu vos predisse também o trabalho enganoso e tenebroso, executado pela maçonaria, para afastar-vos da observância da lei de Deus e tornar-vos assim vítima dos pecados e dos vícios. Sobretudo, como mãe, vos quis advertir do grande perigo que ameaça hoje a igreja, devido aos muitos e diabólicos ataques que se desferem contra ela para destruí-la.

Para conseguir este fim, à besta negra que sobe do mar, vem da terra em auxílio, uma besta com dois chifres semelhantes ao de um cordeiro. O cordeiro, na Sagrada Escritura, sempre foi o símbolo do sacrifício. Na noite do Êxodo, foi sacrificado o cordeiro e, com o seu sangue, foram aspergidos os umbrais das casas dos hebreus para subtraí-los ao castigo, que ao contrário, golpeou todos os egípcios. A Páscoa hebraica recorda este fato todos os anos, com a imolação de um cordeiro, que é sacrificado e consumido. Sobre o calvário Jesus Cristo se imola para a redenção da humanidade, se faz ele próprio nossa Páscoa e se torna o verdadeiro cordeiro de Deus que tira todos os pecados do mundo.

A besta traz sobre a cabeça dois chifres semelhantes ao de um cordeiro. Ao símbolo do sacrifício está intimamente unido o do sacerdócio: os dois chifres. Um chapéu com dois chifres era usado pelo sumo sacerdote no Velho Testamento. A mitra - com dois chifres- usam os bispos na Igreja, para indicar a plenitude de seu sacerdócio. A besta negra, semelhante a uma pantera, indica a maçonaria; a besta com dois chifres, semelhante a um cordeiro, indica a maçonaria infiltrada no interior da Igreja, isto é, a maçonaria eclesiástica, que se difundiu, sobretudo, entre os membros da hierarquia. Esta infiltração maçônica, no interior da Igreja, já vos foi predita por mim em Fátima, quando vos anunciei que satanás se introduziria até ao vértice da Igreja. Se o objetivo da maçonaria é de conduzir as almas à perdição levando-as ao culto de falsas divindades, o objetivo da maçonaria eclesiástica é, por outro lado, de destruir Cristo e sua Igreja, construindo um novo ídolo, isto é, um falso cristo e uma falsa igreja.

 Jesus Cristo é o filho de Deus vivo, é o Verbo encarnado, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porque une na sua pessoa divina a natureza humana e a natureza divina. Jesus, no evangelho, deu de si próprio a sua definição mais completa, dizendo ser a Verdade, o Caminho e a Vida. Jesus é a Verdade, porque nos revela o Pai, nos diz a sua palavra definitiva, leva toda a divina revelação ao seu perfeito cumprimento. Jesus é a Vida, porque nos dá a própria vida divina, com a graça por ele merecida com a redenção, e institui os sacramentos como meios eficazes que comunicam a graça. Jesus é o Caminho, que conduz ao Pai, por meio do Evangelho, que nos deu como caminho a percorrer, para chegar à salvação. Jesus é verdade, porque é Ele- Palavra viva- fonte e sinete de toda a divina revelação.

Então, a maçonaria eclesiástica age para obscurecer a sua palavra divina, por meio de interpretações naturais e racionais e, na tentativa de torná-la mais compreensiva e acolhida, a esvazia de todo o seu conteúdo sobrenatural. Assim se difundem os erros, em todas as partes da própria igreja católica. Por causa da difusão destes erros, hoje muitos se afastam da verdadeira fé, realizando-se a profecia que eu vos fiz em Fátima: - Virão tempos em muitos perderão a verdadeira fé. – A perda da fé é apostasia. A maçonaria eclesiástica age de modo enganoso e diabólico, para conduzir todos à apostasia. Jesus é vida porque dá a graça. O objetivo da maçonaria eclesiástica é o de justificar o pecado, de apresentá-lo não mais como um mal, mas como um valor e um bem. Assim se aconselha a cometê-lo como um modo de satisfazer as exigências da própria natureza, destruindo a raiz da qual pode nascer o arrependimento e se diz que não é mais necessário confessá-lo. Fruto pernicioso deste maldito câncer, que se difundiu em toda a igreja, é o desaparecimento da confissão individual em toda a parte. As almas são levadas a viver no pecado, recusando o dom da vida, que Jesus nos ofertou. Jesus é caminho que leva ao pai, por meio do Evangelho. A maçonaria eclesiástica favorece as explicações, que dão dele interpretações racionalistas e naturais, por meio da aplicação dos vários gêneros literários, e assim, o Evangelho é dilacerado em todas as suas partes. Chega-se, finalmente, a negar a realidade histórica dos milagres e da ressurreição e se põe em dúvida a própria divindade de Jesus e a sua missão salvífica. Depois de ter destruído o Cristo histórico, a besta com dois chifres semelhantes ao de um cordeiro procura destruir o Cristo místico que é a igreja. A igreja instituída por Cristo é uma só: é a Igreja Santa, Católica, Apostólica, Una, fundada sobre Pedro. Como Jesus, também a Igreja fundada por ele, que forma o seu corpo místico, é verdade, vida e caminho.

A Igreja é verdade, porque só a ela Jesus confiou a sua guarda, na sua integridade, todo o depósito da fé. Confiou-o à Igreja hierárquica, isto é, ao Papa e aos bispos unidos a ele. A maçonaria eclesiástica procura destruir esta realidade com o falso ecumenismo, que leva à aceitação de todas as igrejas cristãs, afirmando que cada uma delas possui uma parte da verdade. Ela cultiva o projeto de fundar uma igreja ecumênica universal, formada pela fusão de todos os credos cristãos, entre os quais a Igreja Católica. A igreja é a vida porque dá a Graça e só ela possui os meios eficazes da graça, que são os sete sacramentos. É vida, especialmente porque só a ela foi dado o poder de gerar a Eucaristia, por meio do sacerdócio ministerial e hierárquico. Na Eucaristia, Jesus Cristo está realmente presente com o seu corpo glorioso e a sua divindade. Então a maçonaria eclesiástica, de tantas e enganosas maneiras, procura atacar a piedade eclesial para com o sacramento da Eucaristia. Desta valoriza só o aspecto da ceia, tende a minimizar o seu valor de sacrifício, procura negar a presença real e pessoal de Jesus nas hóstias consagradas. Por isso, foram gradualmente suprimidos todos os sinais externos, que são indicativos da fé na presença real de Jesus na Eucaristia, como as genuflexões, as horas de adoração pública o santo costume de circundar o tabernáculo com luz e flores. A igreja á caminho porque conduz ao pai, por meio do filho, no Espírito Santo, sobre a estrada da perfeita unidade. Como o Pai e o Filho são um, assim deveis ser uma só coisa entre vós. Jesus quis que a sua Igreja fosse sinal, e instrumento de unidade de todo o gênero humano. A Igreja consegue ser unida, porque foi fundada sobre a pedra angular da sua unidade: Pedro e o Papa que sucede ao carisma de Pedro. Então, a maçonaria eclesiástica procura destruir o fundamento da unidade da Igreja, com o ataque traiçoeiro e insidioso ao Papa. Ela urde as tramas da dissensão e da contestação ao Papa; sustenta e premiam aqueles que o vilipendiam e lhe desobedecem; propaga as críticas e as oposições de bispos e teólogos. Desta maneira é demolido o próprio fundamente de sua unidade e assim a Igreja é cada vez mais dilacerada e dividida.

- Filhos prediletos, eu vos convidei a vos consagrardes ao meu coração imaculado a entrardes neste meu materno refúgio, sobretudo para serdes preservados e defendidos contra essa terrível insídia. Por isso, no ato de consagração do meu movimento, eu vos solicitei a renunciardes a qualquer aspiração de fazer carreira. Assim podeis subtrair-vos à mais forte e perigosa insídia, usada pela maçonaria, para associar à sua seita secreta tanto dos meus filhos prediletos. Eu vos levo a um grande amor a Jesus e a verdade, fazendo-vos corajosas testemunhas de fé; a Jesus vida, levando-vos a uma grande santidade; a Jesus caminho, pedindo-vos para serdes na vida somente Evangelho vivido e anunciado à letra. Depois, vos conduzo ao maior amor à Igreja. Faço-vos amar a Igreja-Verdade, fazendo-vos fortes anunciadores de todas as verdades da fé católica, enquanto vos opondes, com força e coragem, a todos os erros. Torno-vos ministros da Igreja-vida, ajudando-vos a ser sacerdotes féis e santos. Ficai sempre disponíveis ás necessidades das almas, prestando-vos com generosa abnegação, ao ministério da reconciliação e sede chamas ardentes de amor e de zelo para com Jesus presente na Eucaristia. Nas vossas Igrejas volte-se a fazer com freqüência as horas de adoração pública e reparação ao Santíssimo Sacramento do altar.

Transformo-vos em testemunhas da Igreja-caminho, e vos torno instrumentos preciosos da sua unidade. Para isto vos dei como segundo compromisso do meu movimento, uma particular unidade ao Papa. Por meio do vosso amor e da vossa fidelidade, o desígnio divino da perfeita unidade da Igreja voltará a resplandecer em todo o seu esplendor. Assim à tenebrosa força que hoje exerce a maçonaria eclesiástica, para destruir Cristo e a sua igreja, eu oponho o forte esplendor do meu exército sacerdotal e fiel, para que Cristo seja por todos amado, escutado, e seguido, e a sua Igreja seja cada vez mais amada, defendida, e santificada. “Nisto, sobretudo, resplandece a vitória da Mulher vestida de sol e o meu Coração Imaculado obtém o seu mais luminoso triunfo.”

 Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi, em 13 de junho de 1989

A Nova Jerusalém

Assim contribuís para compor a Nova Jerusalém que desce do Céu.

Confira  Apocalipse 21,1-8     

       “Nestes tempos de grande tribulação, deve ser fortemente vivida por vós a comunhão dos santos. Sou a comandante de um único exército. A todas as insídias que o dragão, a besta negra, a besta semelhante a um cordeiro e os espíritos malignos a cada dia vos preparam, os anjos do Senhor têm a missão dada por mim de responderem, com força e potência.

       Quanto é grande, hoje, o seu poder celeste, porque são enviados por mim para rebater a tática de meu adversário, que é a de afastar tantos dos meus pobres filhos da adoração devida ao nosso Deus, com a difusão cada vez maior do culto satânico e das missas negras. A esta perversa e blasfema ação dos demônios, os anjos respondem com o seu perene, profundo e incessante ato de adoração e de glorificação ao senhor.

       Aos perigos que, neste tempo, os maus vos preparam procurando espalhar obstáculos, dificuldades, oposições traiçoeiras, pela estrada onde deveis caminhar, respondem os santos do paraíso com a sua potente assistência e intercessão. As tramas escondidas e obscuras, que a maçonaria urde para vós, para fazer-vos cair na sua rede, são reveladas e destruídas pelos santos, os quais fazem descer do Paraíso uma forte luz, que vos envolve, para perfumar de fé, de esperança, de amor, de pureza e de santidade, toda a vossa existência. A comunhão de vida com os santos do paraíso é o remédio que eu vos dou contra os perigos traiçoeiros e tão insidiosos que hoje a besta negra da maçonaria vos prepara.

           Contra as dificuldades, as zombarias, as marginalizações que a besta semelhante a um cordeiro usa contra vós, meus filhos prediletos, recorram a uma perene comunhão de oração com as almas santas do Purgatório. Esta comunhão de oração com as almas do purgatório, dá a elas a luz e o conforto de abreviarem o tempo de sua purificação e vos concede a segurança e a coragem de realizardes, na nossa vida, o meu desígnio, que é o de ajudar-vos a cumprir em cada momento, a divina vontade do senhor.

            Hoje vos contemplo com alegria, reunidos juntos no celeste jardim do meu Coração Imaculado, a viver esta estupenda realidade da comunhão dos santos, que vos une, vos ajuda, vos empenha a todos a combater pelo pleno triunfo de Cristo, no advento sobre o mundo do seu glorioso reino de amor, de santidade, de justiça e de paz. Assim, contribuís já, para compor a nova Jerusalém, a cidade santa, que deve descer do Céu, como uma esposa adornada para o seu esposo e formais a morada de Deus entre os homens, para que todos se tornem o seu povo, onde toda lágrima será enxugada de seus olhos e não haverá mais a morte, nem luto, nem lamento, nem pena, porque as coisas de antes passaram”.

 Mensagem de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi, em 1º de novembro de 1989. 

Fonte: Livro do Movimento Sacerdotal Mariano



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